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Mineradora de bitcoin criada por brasileiros mira ESG e capta R$10 milhões

Arthur Mining, que utiliza energia produzida por subproduto da indústria de óleo e gás para minerar bitcoin, quer ampliar operação nos EUA

Arthur Mining usa energia renovável em mineração de bitcoin e quer ser referência em ESG no mercado cripto (rkankaro/Getty Images)

Arthur Mining usa energia renovável em mineração de bitcoin e quer ser referência em ESG no mercado cripto (rkankaro/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 13h05.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 10h42.

Criada por brasileiros, mas com operação toda nos Estados Unidos, a Arthur Mining, empresa de mineração de bitcoin que tem a sustentabilidade e os critérios de ESG como foco, anunciou na noite da segunda-feira, 20, a captação de 2 milhões de dólares (10,6 milhões de reais) em rodada seed liderada pelo fundo Green Rock e pela gestora Fuse Capital. O montante eleva o valuation da companhia para 10 milhões de dólares.

Segundo Ray Nasser, CEO da companhia, a Arthur Mining cresceu 150% ao longo de 2020 e agora "pretende aumentar sua estrutura e ampliar sua operação para ter mais acesso a capital estrangeiro, gerar mais resultados e se consolidar como referência em ESG no mercado cripto".

Ainda de acordo com ele, o mercado de mineração de bitcoin tem enorme potencial e deve passar dos 30 bilhões de dólares nos próximos dois anos, e ele acredita que a empresa está bem posicionada no setor: “Com um EBITDA ajustado de 62% no segundo trimestre deste ano, mesmo com a queda do bitcoin de 64 mil para cerca de 30 mil dólares, a perspectiva da companhia, que possui um dos menores custos de energia do mundo, é manter um EBITDA ajustado acima de 70% no ano”.

“Acreditamos que a mineração de cripto é um ativo descorrelacionado e perfeito para compor nossa carteira híbrida, pois tem fluxo financeiro de dívida com opcionalidade de equity no caso de listagem”, conta João Zecchin, cofundador da Fuse, gestora carioca de capital de risco. Ele diz ainda que a mineração de ativos digitais é uma tecnologia que tende a crescer e até mesmo compor outras commodities. “Esse mercado é excepcional, bem como o time da Arthur. Alinhando isso ao conhecimento assimétrico que temos sobre o tema em relação a outros VCs, estamos tranquilos em relação a esse investimento, passando por cima de alguns questionamentos que outras pessoas iriam demorar muito tempo para entender”.

Para Rudá Pellini, presidente da Arthur Mining, o baixo custo da energia, que é o principal insumo para a mineração de bitcoin, é um grande diferencial: “Nosso custo de energia hoje é de US$ 1,53c/kWh, e estamos indo para US$ 1,2c/kWh. A título de comparação, no Brasil, hoje, o custo de energia no mercado livre gira em torno de 10 vezes o nosso custo nos EUA”.

Além do baixo custo, a operação da Arthur Mining visa combater o argumento sobre impacto ambiental causado pela mineradoras de bitcoin. A empresa utiliza gás metano desperdiçado - e poluente - da indústria de óleo e gás para produzir energia e, assim, além do baixo custo, minerar bitcoin de maneira sustentável. “Nosso processo torna as operações lucrativas mas, principalmente eficientes e ecologicamente corretas, pois há uma grande preocupação da nossa parte em reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas às atividades de queima e ventilação”, explicou Ray Nasser.

Após a captação, a Arthur Mining, cuja operação é nos EUA, afirma que poderá se preparar para uma expansão de 300% e uma nova captação de 40 milhões de dólares em uma rodada de investimento Série A a ser realizada ainda em 2021. Em 2022, a empresa vislumbra uma rodada Série B e uma listagem em bolsa como SPAC.

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