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Microsoft vai investir em bitcoin? Entenda os possíveis impactos da decisão

Acionistas da gigante de tecnologia vão decidir na próxima terça-feira, 10, se aprovam uma proposta que transformaria o bitcoin em ativo de reserva da empresa

Bitcoin: acionistas da Microsoft avaliam proposta de investimento na criptomoeda (I RYU/Getty Images)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 16h22.

O bitcoin teve um ano de 2024 agitado, marcado por eventos importantes que impulsionaram o preço da criptomoeda até um novo recorde acima de US$ 100 mil. Entretanto, o ativo ainda poderá ser afetado por outro evento que tem chamado a atenção do mercado: a possibilidade da Microsoft aprovar uma proposta de investimento na moeda digital.

A proposta foi apresentada pelo Centro Nacional de Pesquisa em Políticas Públicas. Como a organização é acionista da empresa, a proposta precisará ser considerada pelos outros acionistas. O conselho da empresa recomenda que o plano seja rejeitado, mas a decisão caberá aos acionistas. O resultado da votação sairá na próxima terça-feira, 10.

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A organização afirma que o bitcoin poderia ser uma alternativa de investimento para a Microsoft como reserva de valor, considerando a forte valorização do ativo no longo prazo. Ela cita, ainda, a MicroStrategy como um exemplo de empresa que passou a investir na criptomoeda e viu suas ações dispararem recentemente.

"Como o bitcoin é uma excelente, se não a melhor, proteção contra a inflação e os rendimentos dos títulos corporativos são inferiores à verdadeira taxa de inflação, as empresas também não devem arriscar o valor dos acionistas ignorando completamente o bitcoin. No mínimo, as empresas devem avaliar os benefícios de manter alguns, mesmo que apenas 1%, dos seus ativos em bitcoin", defende a proposta.

Para o conselho da empresa, porém, a volatilidade da criptomoeda ainda é muito alta para justificar um investimento da Microsoft.

Impacto para o bitcoin

João Galhardo, analista da Mynt, a plataforma cripto do BTG Pactual, avalia que "se a Microsoft decidir incorporar o bitcoin ao seu balanço, o impacto será significativo em duas frentes. Do ponto de vista midiático, a decisão representaria uma validação robusta para o bitcoin como ativo institucional, reforçando sua credibilidade no mercado global".

"Empresas como Tesla e MicroStrategy já pavimentaram esse caminho, mas o peso de uma gigante como a Microsoft ampliaria essa narrativa", destaca. A tendência é que a aprovação impulsionaria um movimento de pressão de acionistas para que empresas adotem a criptomoeda como uma reserva de valor.

Por outro lado, mesmo que o plano seja aprovado, a expectativa é que a Microsoft não investiria valores significativos na criptomoeda, ao menos não inicialmente. Nesse sentido, o benefício para o ativo poderia vir mais do simbolismo da decisão.

Segundo Galhardo, "em termos de preço, a decisão teria potencial para impulsionar o bitcoin no curto prazo, devido à expectativa de compra e à sinalização positiva ao mercado. Além disso, poderia desencadear um efeito cascata, estimulando outras grandes corporações a seguirem a mesma estratégia".

Fabricio Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, comenta que "o simples fato  da Microsoft levar à votação a proposta de investir em bitcoin já é uma conquista significativa para o mercado cripto. Uma empresa conhecida por seu conservadorismo e avaliada em mais de US$ 3 trilhões está discutindo seriamente um movimento que simboliza uma mudança radical em relação à descentralização".

"Se aprovada, essa decisão não só validaria o bitcoin como um ativo estratégico para uma tesouraria, mas também abriria um precedente para outras grandes corporações. Além de influenciar o preço no curto prazo, a entrada da Microsoft poderia acelerar a adoção institucional, consolidando o bitcoin como peça-chave no futuro financeiro global", avalia.

A visão é compartilhada por Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, que comenta que "esse é um movimento que vamos ver cada vez mais: grandes players entrando no mercado usando parte do capital da empresa como reserva de valor e estratégia de aumentar o próprio capital".

Para o executivo, a decisão pode reforçar a tendência do bitcoin chegar à casa dos US$ 115 mil ainda neste ano, já que reforçaria expectativas de uma demanda crescente pelo ativo mesmo com uma oferta limitada.

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