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Mesmo que se beneficie com 'The Merge', CEO da Coinbase diz que pode interromper staking de ether

Após relatório do banco JPMorgan afirmar que terceira maior corretora de criptomoedas pode se beneficiar com atualização da Ethereum, CEO afirma que importante funcionalidade pode ser interrompida

Brian Amrstrong é o CEO da terceira maior corretora de criptomoedas do mundo (Bloomberg/Getty Images)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 12h29.

A Coinbase, terceira maior corretora de criptomoedas do mundo, foi classificada pelo banco JPMorgan como uma das principais beneficiárias da nova atualização da rede Ethereum. Por possuir uma participação significativa em ether e oferecer o seu staking na plataforma, a Coinbase poderia se beneficiar caso a “The Merge” seja bem sucedida. No entanto, o CEO da corretora afirmou na última quarta-feira, 17, que o staking de ether pode ser interrompido na plataforma.

O processo de staking é caracterizado pelo bloqueio da movimentação de criptomoedas na rede, um serviço oferecido por corretoras de criptomoedas que será muito importante após a atualização da rede Ethereum.

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-(Mynt/Divulgação)

Conhecida como “The Merge”, a atualização pretende modificar o mecanismo de consenso utilizado pelo blockchain Ethereum para a prova de participação (PoS), eliminando a mineração. Assim, as transações da rede serão validadas de forma sustentável, com a economia de 99% de energia.

Para isso, é necessário que os validadores realizem o staking de suas criptomoedas – no caso, o ether. Aqueles que tiverem o maior montante bloqueado na rede, serão selecionados para validar transações e ganhar recompensas em ether pela tarefa.

Por isso, o analista Kenneth Worthington, do JPMorgan, escreveu em seu último relatório que a corretora de criptomoedas Coinbase pode se beneficiar da transição da Ethereum. A corretora passou a oferecer recentemente o serviço de staking de ether, além de possuir aproximadamente 15% de suas reservas na criptomoeda, de acordo com Worthington.

“Vemos a Coinbase como uma beneficiária significativa da ‘The Merge’. A Coinbase é maior em ether do que imaginávamos, levando diretamente a uma oportunidade de receita maior. Acreditamos que a Coinbase tomou uma série de medidas para maximizar a oportunidade de receita de staking de ether”, afirmou Worthington em uma nota do JPMorgan aos seus investidores na última quarta-feira, 17.

O momento seria muito oportuno para a corretora, que passa por um mau momento em 2022 juntamente com a queda no mercado de criptomoedas. No último trimestre, a Coinbase registrou US$ 1,1 bilhão em prejuízo, e suas ações registram queda de mais de 66% no ano, de acordo com dados do Yahoo Finance.

No entanto, o CEO Brian Armstrong afirmou em suas redes sociais que, caso existam ameaças regulatórias para a Ethereum após a atualização, sua empresa encerraria o serviço de staking de ether, a fim de preservar a integridade do blockchain.

A fala foi em resposta a uma pergunta foi feita por Lefteris Karapetsas, fundador do aplicativo de análise e contabilidade de criptomoedas Rotki. Karapetsas marcou vários grandes players da Ethereum, os desafiando a escolher entre duas opções se os reguladores do governo exigissem que eles censurassem endereços específicos de carteira digital.

“Você A) cumprirá e censurará no nível do protocolo [ou] B) encerrará o serviço de staking e preservará a integridade da rede”, ele perguntou em uma publicação, marcando Coinbase, Kraken, Lido, Staked e Bitcoin Suisse. Armstrong, em nome da Coinbase, é o único representante de uma das empresas destacadas no cenário a responder, até o momento.

"É uma situação hipotética que espero que não enfrentemos. Mas se acontecesse, eu optaria por B, eu acho. Precisamos focar no cenário mais amplo. Pode ser que exista uma opção C ou um desafio jurídico também, que possamos ajudar a chegar em uma conclusão melhor", afirmou Brian Armstrong.

Com a atualização, especialistas estão preocupados que grandes corretoras que fornecem serviços de staking de ether sejam mais propensas a sucumbir à pressão de reguladores do governo. E como elas gerenciam uma gigantesca porcentagem de validadores, sua ausência pode ameaçar toda a rede.

Anteriormente, em 4 de fevereiro, Brian Armstrong revelou que a descentralização é sua principal prioridade para assegurar a proteção de seus clientes, em uma publicação no blog da Coinbase.

"A descentralização é a proteção final do cliente. A natureza descentralizada da criptomoeda oferece suas próprias proteções importantes aqui, e essas proteções ficam mais fortes quanto mais nossos produtos se descentralizam”, escreveu.

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