Laboratório de Pesquisa da Vacina contra o Coronavirus do Dr. Jorge Kalil; Instituto do Coração - INCOR Foto: Germano Lüders 16/12/2020 (Germano Lüders/Exame)
Há formas de bancar a ciência longe dos orçamentos governamentais e dos laboratórios de grandes empresas? O recente financiamento de R$ 65 milhões da Mabloc, empresa de biotecnologia que desenvolve anticorpos monoclonais, mostra que sim.
Para conseguir o montante milionário, a empresa firmou uma parceria com a Sthorm, que desenvolve plataformas de financiamento alternativo por meio de blockchain, e na qual se tenta obter o financiamento completo de uma pesquisa científica por investidores com perfil mais filantropo.
Fundada pelo criptoativista Pablo Lobo, a startup brasileira Sthorm defende que a distribuição dos recursos na ciência tem muito a ganhar se aplicado às inovações permitidas por ativos digitais e as trocas descentralizadas de moedas como o bitcoin.
"Estamos vivendo no momento onde é possível criar e aplicar uma ideia de qualquer lugar, com ajuda de pessoas de todo o mundo. Não há mais exclusividade sobre quem controla os avanços da humanidade", afirma Pablo Lobo.
No início da pandemia, a Sthorm foi a idealizadora de uma campanha de doações de empresas e pessoas físicas que arrecadou 30 milhões de reais para o Hospital das Clínicas de São Paulo.
Com comprovações de financiamentos como o da Mabloc, o próximo passo da Sthorm é lançar a plataforma Viralcure.org, em agosto deste ano, com foco na área médica. Com ela, a empresa disponibiliza o aparato necessário para financiar projeto, desde ferramentas descentralizadas até recursos mais tradicionais, incluindo a compra de patentes.