JPMorgan: Após crise na FTX, preço do bitcoin pode cair 25% e chegar a US$ 13 mil
Analistas do gigante financeiro apontam que maior criptomoeda do mundo pode apresentar quedas ainda mais significativas após falência de corretora
Mariana Maria Silva
Publicado em 11 de novembro de 2022 às 14h57.
Após momentos de “calmaria”, o mercado de criptomoedas enfrenta grandes turbulências com a falência da segunda maior corretora do setor. A FTX pegou a todos de surpresa com dados que geraram pânico em investidores e uma onda de saques. Com o abalo no setor, o bitcoin pode cair ainda mais para US$ 13 mil, apontam analistas do banco JPMorgan.
Segundo um relatório do gigante financeiro, uma “cascata de chamadas de margem” pode estar em andamento envolvendo a FTX e a Alameda Research, empresa do grupo que possuía cerca de 30% de seu balanço em tokens FTT, emitidos pela FTX.
Este foi o motivo principal para a onda de saques e desconfiança que culminaram na falência do grupo de mais de 130 empresas e na renúncia de seu CEO, Sam Bankman-Fried.
Chamadas de margem ocorrem quando investidores fazem determinadas exigências financeiras para colocar mais dinheiro e garantir a sobrevivência de empresas alavancadas.
No momento, o bitcoin é cotado a US$ 16.798, de acordo com dados do CoinMarketCap. A maior criptomoeda do mundo caiu 4,3% nas últimas 24 horas. No entanto, a queda pode ser ainda maior nas próximas semanas, de acordo com os analistas do JPMorgan.
“O que torna mais problemática essa nova fase de desalavancagem de criptomoedas, induzida pelo aparente colapso da Alameda Research e da FTX é que está encolhendo o número de entidades com balanços mais fortes, capazes de resgatar aquelas com baixo capital e alta alavancagem”, disse a equipe liderada por Nikolaos Panigirtzoglou.
Ainda que o “Caso FTX” pareça ter finalmente chegado a um desfecho com a falência do grupo de empresas, especialistas e investidores ainda temem que um efeito cascata possa fazer com que outras empresas do setor sintam os impactos negativos do ocorrido.
Segundo os analistas do JPMorgan, este efeito ainda pode durar várias semanas, impactando a cotação das principais criptomoedas, como o bitcoin.
Neste sentido, a perda da FTX pode ser significativa para o mercado, já que a empresa liderada por Sam Bankman-Fried costumava realizar grandes doações para empresas do setor em apuros. O ex-CEO, inclusive, ficou conhecido como um “salvador das criptomoedas”.
Após a falência da FTX, poucas outras empresas teriam a capacidade de fazer isso por outras, apontam os analistas do JPMorgan.
“O número de entidades com balanços mais fortes, capazes de resgatar aquelas com baixo capital e alta alavancagem, está diminuindo dentro do ecossistema de criptomoedas”, disseram.
No entanto, segundo o relatório, um impacto positivo do ocorrido seria a transformação no mercado de criptomoedas em um ambiente mais seguro e transparente.
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