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Identidade de criadores de NFTs famosos é divulgada e gera polêmica

Até então sob pseudônimos, a verdadeira identidade dos criadores dos NFTs que conquistaram grandes empresas e famosos como Justin Bieber e Neymar foi revelada, gerando discussões entre apoiadores

A Bored Ape Yacht Club é uma das coleções mais bem sucedidas do mundo dos NFTs (Bored Ape Yacht Club/Reprodução)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 14h21.

O Buzzfeed, uma empresa estadunidense de mídia e entretenimento na internet, revelou as identidades de dois dos quatro fundadores da famosa coleção de tokens não-fungíveis (NFTs) chamada Bored Ape Yacht Club (BAYC). Os pseudônimos "Gordon Goner" e "Gargamel" seriam Greg Solano e Wylie Aronow no mundo real.

A jornalista Kate Notopoulos escreveu o artigo publicado na última sexta-feira, 4, intitulado "Encontramos os nomes reais dos pseudônimos dos fundadores do Bored Ape Yacht Club".

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Notopoulos conseguiu descobrir as identidades da dupla pesquisando os registros publicamente disponíveis da Yuga Labs, a empresa por trás da coleção. A Yuga Labs foi constituída em Delaware com endereço associado a Solano, enquanto outros registros apontam para Aronow.

"Tive minha identidade exposta contra a minha vontade. Eu na Web 2.0 versus eu na Web 3.0", publicou "Gordon Goner" no Twitter com fotos de si mesmo e de seu "Bored Ape".

A repórter de tecnologia argumentou que “há razões pelas quais, no mundo dos negócios tradicionais, o CEO ou fundador de uma empresa usa seu nome real e não um pseudônimo”, acrescentando que “as pessoas por trás da BAYC estão cortejando investidores e administrando um negócio que potencialmente vale bilhões”.

“Como você os responsabiliza se você não sabe quem eles são?”, questionou Kate.

Executivos de empresas de capital aberto devem ser nomeados nas divulgações e relatórios da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. Quanto às empresas privadas menores, os regulamentos bancários e as leis de KYC ("conheça seu cliente", em português) exigem que os executivos usem seus nomes reais em muitos casos.

“Essas leis são em parte para impedir que terroristas, criminosos ou nações sancionadas façam negócios nos EUA”, escreveu Notopoulos.

No entanto, a exposição não consensual das identidades de Aronow e Solano gerou críticas ferozes de membros da comunidade Web 3.0, que estão descrevendo o artigo como doxxing, ou seja, a pesquisa e revelação de informações privadas, em vez de uma prática jornalística correta.

"Fui exposto, então por que não? Eu da Web 2.0 versus eu da Web 3.0", publicou "Gargamel".

Em uma publicação no último sábado, o podcaster de cripto Cobie chamou o artigo de “lixo típico do Buzzfeed”, dizendo que este estava “expondo as pessoas por cliques e dinheiro de anúncios”. Enquanto isso, o investidor de venture capital Mike Solana escreveu que “não havia absolutamente nenhuma razão para expor esses caras”, acrescentando: “Eles são literalmente macacos de desenho animado”.

O fundador da Messari, Ryan Selkis, também ficou claramente insatisfeito com a história, compartilhando uma publicação de 2009 de Notopoulos na qual ela usou um insulto homofóbico.

Quanto a Notopoulos, ela parecia relativamente inabalável com a reação negativa à sua publicação noo Buzzfeed. Ela publicou uma captura de tela de mensagens enviadas por alguém ameaçando tornar suas informações pessoais públicas, incluindo sua “localização, local de trabalho, casa dos pais e endereços dos irmãos”.

Respondendo à ameaça, ela perguntou à pessoa se eles eram um “cara grande e forte”, ao que eles responderam: “não, eu sou um degen ”. Ela respondeu: “Ah, que pena. Meus familiares têm uma cômoda pesada e precisam de ajuda para se mudar para a garagem". No mundo cripto, a palavra " degen" pode significar um investidor de NFTs. Ainda no Twitter, iniciou-se um movimento liderado pelos " degens ", onde foram publicados diversos tweets semelhantes aos de "Gordon Goner" e "Gargamel" com suas fotos e NFTs pessoais.

Na última sexta-feira, 4, a Yuga Labs indicou que a coleção de NFTs estava emnegociações para um investimento de uma das principais empresas de venture capital do Vale do Silício, a A16z, que avaliou a coleção em US$ 5 bilhões.

Solano e Aronow não são os primeiros grandes nomes da criptosfera que foram divulgados publicamente este ano. Em 27 de janeiro, surgiram alegações de que a verdadeira identidade do cofundador do protocolo Wonderland, o pseudônimo 0xSifu, tambémcofundou a agora extinta corretora canadense QuadrigaCX.

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