FBI é acusado de plagiar MIT após criar criptomoeda própria para criminosos
Autoridades dos Estados Unidos criaram moeda digital como parte de uma operação para atrair criminosos, mas projeto gerou problemas
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Publicado em 11 de outubro de 2024 às 14h11.
O Departamento de Justiça dos EUA revelou que o FBI criou uma criptomoeda própria, a “NexFundAI”, como parte de uma operação para atrair criminosos de cripto. O projeto, porém, tem rendido uma série de problemas para a organização, indo de acusações de plágio a vazamento de dados.
Recentemente, o endereço da carteira digital usada pelo FBI foi vazado, revelando vários outros tokens mantidos nela. O uso de tokens pelo FBI em investigações levou a acusações de fraude e manipulação de mercado contra múltiplos indivíduos e organizações.
O executivo da Coinbase Conor Grogan identificou o endereço da carteira do FBI. Ele descobriu que ela contém tokens como EthereumMax, BONE e várias criptomoedas meme, todas ligadas ao blockchain Ethereum.
“Não tenho certeza se o FBI percebeu isso, mas eles expuseram suas carteiras. Pouco depois do lançamento, a carteira que semeou a carteira do FBI implantou capital em várias outras realizando dezenas de transações. As carteiras do FBI possuem pelo menos 75% do fornecimento do token, pelo que posso dizer", comentou Grogan.
Ele também descobriu que uma carteira associada ao FBI contém 1,734 bilhões de tokens Pornrocket. Além disso, Conor encontrou que o endereço da carteira do FBI realizou várias transações para as exchanges Tokenlon, Binance, Zixipay e HTX. Atualmente, o endereço possui mais de US$ 39.600 em criptomoedas. "O FBI está apostando em ether", brincou.
Além disso, o analista on-chain Cygaar descobriu que o FBI usou o código da biblioteca da OpenZeppelin sem a devida atribuição, o que ele notou como uma violação de direitos autorais.
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“Olá FBI, notei que seus contratos inteligentes estão em violação direta da Licença MIT, e, portanto, estão sujeitos a infração de direitos autorais. Você claramente copiou várias bibliotecas da OpenZeppelin, que usam a Licença MIT, mas não possui uma licença sobre o código você mesmo. A Licença MIT afirma que ‘este aviso de permissão deve ser incluído em todas as cópias ou partes substanciais do Software’, o que você claramente não aderiu em seus contratos", pontuou.
Operação com criptomoedas
De acordo com um anúncio do governo dos Estados Unidos, o FBI desenvolveu a criptomoeda como parte da operação. Em seguida, contratou formadores de mercado para manipular o mercado do token em um esforço para reunir evidências de atividades ilegais.
Após o lançamento, o FBI orquestrou várias transações, mapeadas em um “mapa de bolhas”, para atrair suspeitos. O FBI contratou empresas como Gotbit, ZM Quant e CLS Global como formadores de mercado para se envolverem em wash trading, uma prática manipuladora onde os investidores compram e vendem o mesmo ativo para inflar artificialmente seu preço ou liquidez. Todas as três empresas desde então admitiram culpa.
“O que o FBI descobriu neste caso é essencialmente uma nova versão de um crime financeiro antigo… O FBI tomou a medida sem precedentes de criar seu próprio token e empresa de criptomoeda para identificar, interromper e levar esses supostos fraudadores à justiça", avalia Jodi Cohe, agente especial encarregada da Divisão de Boston do FBI.