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Fan tokens desvalorizam mesmo com bom desempenho de seleções na Copa do Mundo

Criptoativos associados às seleções de Brasil, Argentina e Portugal operam em queda mesmo com times avançando para quartas de final

Fan tokens buscam oferecer aos torcedores oportunidades únicas de interação com seus times (Lucas Amorim/Exame)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 17h02.

Os criptoativos vinculados a seleções nacionais de futebol não conseguiram manter a atenção dos torcedores durante a Copa do Mundo de 2022. Os preços dos fan tokens vinculados aos times estão despencando desde o início do torneio.

As cotações dos fan tokens de Portugal, Espanha, Brasil e Argentina caíram entre 60% e 88% desde o início da Copa do Mundo em 20 de novembro, de acordo com dados do CoinGecko. Isso ocorreu apesar de Brasil, Argentina e Portugal terem chegado às quartas de final do torneio, enquanto a Espanha foi eliminada nas oitavas.

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Os fan tokens geralmente reagem aos resultados de campo quase imediatamente. O token da Espanha caiu 39,1% nas últimas 24 horas após a derrota para a seleção do Marrocos. No entanto, o de Portugal recuou 6,1% no mesmo período, apesar da seleção portuguesa ter vencido a Suíça por 6 a 1. Isso sugere que os criptoativos estão se tornando menos reativos ao sucesso das equipes associadas.

Notavelmente, esta classe de tokens atingiu seu pico bem antes de qualquer uma das seleções entrar em campo no Catar, sugerindo que um clássico evento “compre o boato, venda a notícia” ocorreu.

Os fan tokens de Portugal e Argentina atingiram suas máximas históricas em 18 de novembro, enquanto os da Espanha e do Brasil chegaram ao ápice dois meses antes, em 28 de setembro.

Uma ocorrência semelhante também pode ser vista com o Chiliz, o token nativo por trás da principal plataforma de fan tokens do mercado, a Socios.com, que registrou sua máxima histórica em 20 de novembro. Desde então, já caiu 36%.

Os volumes de negociação dos tokens também caíram drasticamente desde o início da Copa do Mundo – recuando entre 79% e 88% desde 20 de novembro.

Essa classe de tokens foi originalmente projetada para oferecer aos torcedores oportunidades únicas de interação com seus times do coração, como permitir que eles votem em decisões menores, incluindo a definição de mensagens de incentivo e a escolha da música tocada durante o aquecimento.

Os críticos dos fan tokens não veem as coisas assim, no entanto, e dizem que os criptoativos vinculados a agremiações esportivas constituem uma forma predatória para traders experientes drenarem o capital de fãs entusiasmados.

Martin Calladine, autor de um livro que explora o lado negro das negociações da Fifa com o Catar em benefício da candidatura do país do Oriente Médio para sediar a Copa do Mundo de 2022, também apresentou uma visão sombria sobre os fan tokens.

“Vemos o preço dos tokens subindo em antecipação a eventos que mobilizam os torcedores, como contratações de jogadores ou títulos”, disse ele, acrescentando que “os traders os sacam, os preços caem e os torcedores arcam com as perdas - vítimas de seu entusiasmo por seus clubes".

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