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Em que setores cripto é possível lucrar mais? Confira as respostas de acordo com dados

Saber diversificar entre os setores melhora o potencial de ganhos e reduz riscos. Mas quais são esses eles? Quais estão em alta? Onde minhas criptos favoritas se encaixam? Descubra!

Digital generated image of blue and yellow glowing data on black background. (Getty Images/Reprodução)
FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 30 de junho de 2024 às 11h00.

Os setores de criptomoedas são numerosos e podem trazer confusão para o investidor, principalmente os marinheiros de primeira viagem.

Quem é recente no mercado ou está chegando agora tem o enorme desafio de entender onde colocar o seu dinheiro diante dessa vastidão.

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Isso porque, para ter lucros significativos e reduzir riscos, é importante ter uma carteira diversificada, que incorpore escolhas óbvias como bitcoin e ether, mas também vá além.

Por isso, aprender sobre os setores, as dores do mercado que resolvem, tecnologias que usam e potencial de relevância no futuro não é uma opção, é uma obrigação do investidor inteligente.

Assim como no mercado tradicional existem setores como consumo, saúde, energia, imobiliário e financeiro, por exemplo, um raciocínio semelhante se encaixa ao mercado cripto.

Como dizemos no mundo dos investimentos, não se deve colocar todos os ovos numa cesta só. Diversificar envolve a sabedoria de combinar ativos de tipos e setores variados. Imagine que você alocou todo o seu capital em ações de empresas de energia, por exemplo. Se alguma crise castigar o setor, você pode perder tudo o que investiu.

A criptoesfera é muito dinâmica. Novas soluções e tecnologias surgem o tempo todo. Sendo assim, não existe uma lista definitiva de setores cripto, mas há os mais populares e estabelecidos.

O gráfico acima da Biteye mostra o ranking dos setores cripto mais lucrativos na primeira metade de 2024. Foram consideradas no cálculo as 10 criptos de maior capitalização de mercado de cada setor. Com folga na liderança, o setor de Memecoins apresentou retorno de mais de 1.800%, seguido por RWA e IA no top 3. Na sequência, vemos outros como DePIN, Layer 1 e GameFi.

Tudo parece uma sopa de letrinhas? Depois dessa coluna, você vai saber identificar, eu te garanto. Vamos conhecer 13 dos principais setores.

O que você precisa saber de antemão:

Ao identificar os setores, você consegue entender melhor as narrativas em alta e, assim, lucrar com elas.
Sendo setores variados, os riscos também são diferentes.

Primeira geração de blockchains

Na linha do tempo do mercado cripto, podemos dizer que são os dinossauros. São as primeiras implementações da blockchain. O Bitcoin é a mais popular, a mãe e grande ícone da revolução financeira descentralizada que veio com a tecnologia.

As blockchains de primeira geração foram pensadas para um caso de uso específico: servir como moeda digital para pagamentos.

Elas não integram a funcionalidade de contratos inteligentes, como a ethereum. No entanto, mais recentemente, a rede do bitcoin tem passado por muitas transformações, inovações que estão atraindo a atenção dos investidores.

Exemplos: Bitcoin e Litecoin.

Plataformas de smart contracts Layer 1

Blockchains de Layer 1, ou primeira camada funcionam como base para outros aplicativos. Elas suportam contratos inteligentes e transações diretamente na blockchain, oferecendo segurança e descentralização.

A rede ethereum foi a grande responsável pela introdução dos contratos inteligentes. Os smart contracts, como também são chamados, permitem a criação de aplicativos descentralizados, inovações que trouxeram uma nova era ao mercado cripto.

Projetos de camada 1, no entanto, são desafiados com o “trilema da blockchain”, que, como o nome diz, envolve três elementos vitais para a blockchain: escalabilidade, segurança e descentralização. O trilema defende que o aumento de um elemento pode comprometer outro.

No caso da ethereum, a fragilidade está na escalabilidade. A rede tem um histórico de sofrer com congestionamentos, que levam a altas taxas de gás e processamento mais lento das transações, principalmente em momentos de alta demanda.

Exemplos: Ethereum (ETH), Solana (SOL), Polygon (MATIC)

Layer 2 ou Camada 2

São soluções construídas sobre blockchains de camada 1. Vieram para ajudar a solucionar o trilema de que falamos acima, com foco em melhorar a escalabilidade e reduzir os custos de transação. Isso é possível porque elas lidam com transações fora da blockchain principal, registrando apenas os resultados finais na Layer 1.

Essas soluções aliviam a congestão da blockchain principal, tornando as negociações mais rápidas e baratas.

Exemplos: Arbitrum (ARB), Optimism (OP), Loopring (LRC), Base Protocol (BASE).

Inteligência Artificial

O setor de IA foca em fornecer poder computacional e dados para modelos de IA.

Temos acompanhado nos últimos meses ativos da categoria registrar ganhos explosivos. Como vocês viram no gráfico anterior, é sem dúvida uma das grandes narrativas deste ciclo.

Mas se deve ter cuidado ao selecionar criptos de IA. Muitos projetos usam o nome “IA” apenas para chamar a atenção e, quando você vai investigar, não há desenvolvimento da tecnologia.

Exemplos: Render (RNDR), Ocean Protocol (OCEAN), Fetch.ai (FET).

Render oferece poder de computação distribuído para IA, permitindo que usuários contribuam com poder computacional ocioso em troca de tokens. Já o Ocean Protocol facilita a troca e monetização de dados, oferecendo um mercado descentralizado para dados, importante para treinar modelos de IA.

Armazenamento

Os provedores de armazenamento descentralizado são uma alternativa eficiente e acessível para os usuários que ficavam dependentes de serviços de nuvem concentrados nas mãos das big techs, como AWS, Microsoft e Google.

Exemplos: Filecoin (FIL), Arweave (AR) e Storj (STORJ).

Filecoin recompensa usuários que oferecem espaço de armazenamento, criando uma rede global de armazenamento descentralizado. Arweave se concentra em armazenamento de dados permanente, sendo opção para a preservação de informações a longo prazo.

Stablecoins

Stablecoins são criptomoedas atreladas a ativos considerados estáveis, como moedas fiduciárias e commodities, tipo ouro ou petróleo. Também podem ser atreladas a outras criptomoedas. Elas ajudam os investidores a se proteger contra a volatilidade do mercado cripto, servem como reserva de valor e meio de troca.

Exemplos: Tether (USDT), USD Coin (USDC), Dai (DAI).

USDT e USDC são casos de stablecoins lastreadas em dólar, enquanto DAI é uma stablecoin descentralizada lastreada em uma cesta de criptoativos.

Real-World Assets (RWA)

Tokenizar ativos do mundo real, como títulos e imóveis, leva a uma maior liquidez e acessibilidade por parte dos investidores, transformando ativos tradicionais em tokens digitais que podem ser facilmente administrados e negociados.

Esse mercado tem enorme potencial, com projeção de alcançar US$ 20 trilhões em 2030.

Exemplos: Maker (MKR), Centrifuge (CFG), TrueFi (TRU).

O Maker é um protocolo que cria stablecoins lastreadas em ativos do mundo real. Já Centrifuge conecta ativos do mundo real a DeFi, permitindo usar ativos como garantia para obter liquidez.

Oráculos

Oráculos são essenciais para a execução de contratos inteligentes que dependem de dados do mundo real. Eles conectam blockchains a fontes de dados externas, entregando informações atualizadas.

Exemplos: Chainlink (LINK), Band Protocol (BAND).

Chainlink é um dos principais oráculos da criptoesfera, famoso pela confiabilidade e pelo uso extensivo em projetos DeFi, além de ter parcerias com gigantes como Intel e Amazon. Ele permite que contratos inteligentes acessem dados externos, como preços de ativos, resultados de jogos e condições meteorológicas.

Decentralized Physical Infrastructure Networks (DePIN)

DePIN incentiva o uso de infraestrutura física, dispositivos e máquinas para serviços descentralizados, criando novas maneiras de integrar o mundo físico e digital. Tokeniza coisas físicas como painéis solares e carros.

Exemplos: Helium (HNT), IoTeX (IOTX).

Helium cria uma rede sem fio descentralizada usando pontos de acesso fornecidos por usuários, que são recompensados com tokens pelo serviço. Já IoTeX foca em conectar dispositivos IoT (Internet das Coisas) ao universo blockchain.

Memecoins

Segundo o gráfico que vimos há pouco, o setor de memecoins foi o mais lucrativo do primeiro semestre.

Em geral, as moedas meme surgem a partir de piadas da internet e conteúdos virais, e sua função no ecossistema é exatamente essa: divertir.

Elas contam com comunidades fortes, mas, mesmo populares, são absurdamente voláteis e consideradas de alto risco. Assim como nascem muitas delas com frequência, também morrem outras tantas na mesma proporção.

Por isso, se for investir, esteja consciente dos riscos.

Exemplos: Pepe (PEPE), DogWifHat (DWH), Dogecoin (DOGE), Shiba Inu (SHIB).

GameFi

GameFi combina jogos e finanças descentralizadas, como o nome diz. Permite que os jogadores ganhem criptomoedas enquanto competem, gerando toda uma economia nos games em blockchain. Metaverso e NFTs também fazem parte do universo GameFi.

Exemplos: Axie Infinity (AXS), Immutable (IMX), GALA (GALA), Enjin Coin (ENJ) e Illuvium (ILV)

Finanças Descentralizadas (DeFi)

DeFi é um conjunto de produtos e serviços financeiros erguidos a partir da blockchain. Elimina intermediários como bancos e democratiza o acesso em suas plataformas a qualquer pessoa que tenha internet.

Dentro do DeFi, existe um mundo de aplicações, como:

Para encerrar, lembro que os ativos mencionados no texto não são indicação de investimento. O conteúdo tem apenas objetivo educativo.

O trabalho agora está nas suas mãos.

Existem diversos outros setores que não foram citados aqui, mas esse guia já é um bom início. Estude e pesquise as áreas e projetos mais profundamente, assim você terá subsídios para tomar a melhor decisão. Não tenha pressa e boa sorte.

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