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Em franca expansão, empresas de criptomoedas apostam em publicidade na TV

Empresas do setor fizeram investimento milionário por inserções em canais de TV aberta e fechada e comprovam crescimento do mercado cripto no país

Empresas ligadas ao mercado cripto fizeram investimento milionário em publicidade na televisão brasileira (peng song/Getty Images)

Empresas ligadas ao mercado cripto fizeram investimento milionário em publicidade na televisão brasileira (peng song/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 30 de novembro de 2021 às 12h08.

Última atualização em 30 de novembro de 2021 às 13h20.

O crescimento do mercado cripto não se reflete apenas no valor dos ativos digitais ou em quantas pessoas investem em bitcoin, ether e outras criptomoedas, mas também no desenvolvimento de empresas do setor. E um levantamento recente mostra que, no Brasil, esses negócios estão prosperando — e investindo muito em publicidade.

Relatório da startup de moment marketing Tunad mostra que empresas ligadas ao mercado de criptoativos e blockchain investiram quase 11 milhões de reais em publicidade em canais de televisão aberta e fechada do país desde o início de outubro.

De acordo com os dados divulgados, a corretora Mercado Bitcoin é o anunciante ligado ao universo cripto com maior investimento no país, de mais de 5 milhões de reais, em 34 emissoras e afiliadas, e mais de 1.000 inserções identificadas. Depois, aparece a Crypto.com, que investiu mais de 2 milhões de reais em 54 emissoras, seguida pela Bitso, com investimento de 1,9 milhão em duas emissoras e pela gestora Hashdex, que investiu 1,86 milhão de reais por inserções em seis emissoras de TV.

O levantamento da Tunad monitorou inserções em televisão aberta e fechada e também no rádio, onde não foram identificados investimentos de empresas ligadas ao mercado cripto. Segundo a empresa, o volume investido nesse tipo de publicidade chama a atenção porque o número era próximo de zero nos levantamentos anteriores.

Para Ricardo Monteiro, COO e CSO da Tunad, apesar do crescimento recente, o mercado de criptoativos "ainda é pouco conhecido" e o setor enfrenta resistência de parte dos consumidores, já que a falta de conhecimento sobre o assunto "pode causar medo". Assim, segundo ele, a publicidade é uma ferramenta importante: "Este mercado precisa construir marca. O maior investimento está em TV, mas o rádio tem se provado muito efetivo para o mercado financeiro, marcas como Getnet anunciam consistentemente em rádio, assim como Sicredi, Sicoob, Bradesco, Banco do Brasil, entre outras".

"O Brasil foi um dos países que mais investiram em criptomoedas depois que a pandemia começou. O crescimento do mercado encontrou eco no mercado daqui, que se demonstrou fortemente interessado pelo tema. A curva de adoção nesse mercado acaba justificando o aumento em publicidade. Muita gente, a essa altura, já ouviu falar, está sensível a começar a investir e pode estar a poucos passos de ser 'convertido'. Aí entra a publicidade", comentou Bruno Maia, especialista em marketing, inovação e novos negócios.

Os altos investimentos em marketing são vistos como mostra do crescimento do mercado e, consequentemente, das empresas ligadas ao setor, e vão muito além de inserções em rádio e televisão. Uma estratégia que tem se tornado comum neste mercado é a criação de vínculo com empresas e clubes esportivos.

Recentemente, a Crypto.com comprou os direitos de propriedade de nome (Naming rights) do Staples Center, uma das arenas multiuso mais famosas do mundo e casa do Los Angeles Lakers, da NBA, e também anunciou parceria com a Conmebol para patrocinar a Copa Libertadores. A corretora FTX também segue caminho semelhante, ligada à NBA, à Formula 1 e ao futebol americano.

No Brasil, o movimento se repete, com acordos da plataforma de fan tokens Socios.com com alguns dos maiores times de futebol do país. A corretora Binance também entrou na onda, com um recém-anunciado acordo de patrocínio com o Santos Futebol Clube.

Mercado Bitcoin e Hashdex, que aparecem entre as empresas que mais investiram em publicidade na televisão nos últimos meses, também apostam no mercado esportivo. Enquanto a primeira é patrocinadora oficial do Corinthians, a segunda apoia o atleta Gabriel Benetton, do kitesurfe. "É mais um sinal de como as empresas de cripto estão capitalizadas", comentou Roberta Antunes, diretora de crescimento da gestora.

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