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É hora de negociar bitcoin? Apesar da guerra, preço da cripto mantém força

Entenda o cenário para a principal criptomoeda do mundo e descubra o que é “supply and demand trading” e sua importância para as negociações em bitcoin

O bitcoin é cotado a US$ 42.500 no momento (Yuichiro Chino/Getty Images)

O bitcoin é cotado a US$ 42.500 no momento (Yuichiro Chino/Getty Images)

Por Lucas Costa*

O bitcoin entra nas manchetes após voltar a superar os US$40.000. O principal criptoativo parece ter se beneficiado das notícias envolvendo as sanções à Rússia por conta da sua tentativa de invasão da Ucrânia. É importante lembrar que frente às sanções à economia russa e devalorização do rublo russo, cresceu a tese da utilização do bitcoin como uma forma alternativa de acesso ao mercado financeiro e transações globais.

Comentamos anteriormente que o bitcoin vinha sendo bastante afetado junto com a queda dos mercados globais, mas frente a esse novo cenário, demonstra resiliência e proximidade com seus fundamentos de criação. A recuperação dos mercados não é exclusividade de cripto essa semana, porém não podemos negar a aderência de um sistema de pagamentos descentralizado no cenário de imposição de restrições econômicas em relação a um país.

O gráfico diário será analisado nesse artigo, mas antes quero trazer um conceito importante: como o volume impacta as dinâmicas de preço de qualquer produto financeiro? Apresento-lhes o “supply and demand trading”.

O conceito de oferta e demanda é amplamente debatido dentro da economia, e pelo ponto de vista do trading, podemos enxergar a movimentação do mercado como a interação entre iniciativa do lado da demanda e da oferta. De maneira geral, quando o apetite comprador (lado da demanda) é mais forte do que o apetite vendedor, temos o aumento de preços, enquanto nas situações em que o apetite vendedor (lado da oferta) é mais forte do que o comprador, temos queda nos preços.

O “supply and demand trading” busca identificar em quais regiões de preço essas dinâmicas se tornam mais claras, sendo caracterizado como faixas de preço em que temos uma mudança da força dominante da tendência, que gera forte deslocamento de preço (barras grandes e em sequência após mudança de tendência) – a ideia aqui é esperar que no teste dessas regiões gere uma nova entrada de compradores ou vendedores.

O gráfico de 4 horas ilustra esse movimento pelas marcações das regiões em verde e vermelho. As regiões em verde demonstram regiões de demanda, que tende a atrair novos compradores, enquanto em vermelho temos as regiões de oferta, que tendem a trazer mais apetite vendedor. A rejeição das regiões citadas pode gerar boas oportunidades de compra e de venda.

Fonte: https://br.tradingview.com/ (Lucas Costa/Divulgação)

O gráfico diário mostra uma recuperação do principal criptoativo, que falhou em fazer um fundo mais baixo que o anterior. O cenário agora virou bastante desde as últimas duas semanas e voltamos a ficar mais otimistas. Acompanhamos nesse momento a principal resistência, que é a média móvel de 200 períodos em US$49.170. O rompimento da região pode levar ao teste da retração de Fibonacci superior em US$52.400. A superação dos US$50.000 já vira a tendência de curto prazo do bitcoin para uma retomada de alta, alinhado com seus tempos gráficos maiores. É importante ressaltar que os cenários macro estão mudando constantemente com as tensões entre Rússia e Ucrânia, por isso, a capacidade de ter flexibilidade de convicções é sempre recompensada nesse tipo de mercado.

Fonte: https://br.tradingview.com/ (Lucas Costa/Divulgação)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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