Redação Exame
Publicado em 16 de novembro de 2024 às 10h00.
A chegada do Drex, a nova moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil, que segue em fase de testes e ainda não tem uma data específica para o lançamento, promete uma revolução que vai além da modernização financeira.
Desde a simplificação de transações até a ampliação de investimentos acessíveis, a moeda trará mudanças significativas no cotidiano de todos, com impactos diretos no orçamento pessoal e na forma como lidamos com nossos serviços essenciais.
Primeiro, é importante entender o que o Drex representa. Ao contrário das criptomoedas tradicionais, como o bitcoin, ele é uma versão digital do real, emitida e regulada pelo Banco Central. Esse cenário possibilita uma série de mudanças práticas, especialmente em serviços de uso cotidiano que hoje são limitados por burocracia bancária, altos custos de transação e modelos fixos de pagamento, ou seja, aquelas transações bancárias que estamos acostumados a fazer.
Um exemplo prático do potencial impacto do Drex está na possibilidade de transformação dos pagamentos em setores como saúde e academias, permitindo novos modelos flexíveis de assinatura e recompensas, como o “pay-per-use” ou “pague pelo uso”.
No caso de planos de saúde, por exemplo, o Drex poderá permitir que operadoras e segurados adotem modelos sob demanda, no qual o cliente paga apenas pelos serviços médicos que utiliza, sem o custo fixo mensal. Esse sistema possibilitaria pagamentos diretos e automáticos com Drex, simplificando o reembolso e permitindo que as operadoras recompensem os clientes que mantêm hábitos de vida saudáveis ou participam de programas preventivos. O resultado: planos mais adaptáveis às necessidades de cada indivíduo.
No setor fitness, o Drex possibilitará às academias uma abordagem de cobrança mais dinâmica. Imagine eliminar a rigidez dos planos mensais e pagar apenas pelos dias em que frequenta. Mais do que isso, criar possibilidades inovadoras, como a comercialização no mercado secundário, caso o titular desista de frequentar o espaço. Esse tipo de transação seria facilitado pela tecnologia blockchain.
As academias poderiam, ainda, considerar a criação de programas de fidelidade baseados no Drex, recompensando clientes por frequência regular ou cumprimento de metas de treinamento. Esses créditos poderiam ser utilizados para pagamento de mensalidades futuras, aquisição de produtos na academia ou até mesmo em serviços parceiros, formando um ecossistema digital integrado.
Além dos benefícios setoriais exemplificados, o Drex também promete revolucionar a inclusão financeira. Com essa nova moeda, pessoas que não têm acesso a contas bancárias tradicionais poderão participar do mercado digital, com transações feitas diretamente em carteiras virtuais acessíveis por smartphones.
Esse modelo proporciona um acesso mais democrático ao mercado financeiro, permitindo que pequenos valores sejam investidos em ativos digitais e novas modalidades, viabilizando a diversificação de economias pessoais sem taxas ou burocracias de bancos.
O Drex representa muito mais que uma inovação de pagamento. Ele inaugura uma nova fase no sistema financeiro brasileiro, com mais segurança e dinamismo. Em um futuro próximo, empresas de diversos setores deverão adotá-lo em seus serviços, ampliando as possibilidades de transações e criando ecossistemas mais integrados.
Por isso, é essencial que cada brasileiro conheça e compreenda o potencial dessa nova moeda digital para estar pronto para usufruir de uma economia mais inclusiva, flexível e personalizada. Mais do que um simples método de pagamento, ele torna o acesso a serviços e investimentos mais simples, práticos e vantajosos.
*Alexandre Tamura e Aline Noleto atuam na área de Data Privacy da Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, auditoria interna, investigação e proteção e privacidade de dados.
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