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Documento de 'estreia' do bitcoin completa 15 anos; saiba como a 1ª criptomoeda foi criada

Até hoje não se sabe quem criou o bitcoin, mas a primeira criptomoeda ainda é a maior do mundo em valor de mercado e já ultrapassou todos os investimentos em performance

(Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 31 de outubro de 2023 às 12h43.

Hoje faz 15 anos que o criador pseudônimo do bitcoin, Satoshi Nakamoto, compartilhou o white paper de sua autoria em uma lista de e-mails de criptografia. Foi em 31 de outubro de 2008 – data em que também é comemorado anualmente o Halloween.

"Tenho trabalhado em um novo sistema de dinheiro eletrônico que é totalmente ponto-a-ponto, sem intermediários confiáveis", disse Satoshi na famosa frase de abertura antes de apresentar o link do documento intitulado "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System".

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O white paper propunha um sistema descentralizado que poderia viabilizar transações ponto a ponto que poderiam resolver o problema do "gasto duplo" frequentemente associado a moedas digitais.

O meio para alcançar esse objetivo era uma rede de nós que validaria e registraria transações por meio de um mecanismo de consenso de prova de trabalho, lançado apenas dois meses depois, em 3 de janeiro de 2009.

Como o bitcoin foi criado

A inovação de Satoshi veio na esteira de outros projetos impressionantes de criptografia e dinheiro eletrônico.

A primeira referência citada no white paper do bitcoin é a invenção do B-money de Wei Dai, um sistema de dinheiro eletrônico ponto-a-ponto que nunca foi lançado, mas que, mesmo assim, desempenhou um papel fundamental no design de Satoshi para o bitcoin.

Assim como o bitcoin, o B-money propunha que os participantes do sistema mantivessem um banco de dados de saldos de contas para registrar a propriedade dos fundos. As transações seriam iniciadas e concluídas por uma mensagem transmitida a todos os participantes, que atualizaria os saldos das contas dos envolvidos em uma transação específica.

De muitas maneiras, ele poderia ser visto como um precursor dos nós do protocolo do bitcoin, que mantêm um registro da blockchain em constante crescimento.

Esse processo exige prova de trabalho, uma forma de prova criptográfica em que uma parte prova para outras que uma certa quantidade de esforço computacional foi empreendida para resolver um problema matemático.

Satoshi implementou a prova de trabalho no bitcoin inspirado na invenção do Hashcash por Adam Back em 1997, que incorporou a prova de trabalho para limitar spam em e-mails e ataques de negação de serviço.

Os registros de data e hora são outra propriedade essencial do bitcoin, que foi implementada com sucesso por Satoshi.

O servidor de registro de data e hora do bitcoin funciona pegando um hash – uma sequência semelhante a um número de série único – de um bloco de transações e registrando-o quando o bloco é adicionado à blockchain do bitcoin.

Os hashes vinculam criptograficamente um bloco ao próximo, garantindo a integridade dos dados do bitcoin. Os registros de data e hora também evitam gastos duplos, tornando a rede inviolável e imutável.

Satoshi citou o trabalho de Henri Massias, Scott Stornetta, Stuart Haber e Dave Bayer na implementação dos registros de data e hora no protocolo do bitcoin.

Enquanto isso, as árvores de Merkle foram implementadas no bitcoin para verificar os dados da transação por meio de assinaturas digitais. Satoshi citou o trabalho de Ralph Merkle no desenvolvimento de sistemas de criptografia de chave pública.

Jameson Lopp, adepto do bitcoin e cyperphunk, disse anteriormente ao Cointelegraph que deve ser dado parte do crédito da criação do bitcoin aos projetos preliminares que abriram caminho para a invenção de Satoshi.

No entanto, a genialidade de Satoshi foi combinar todas essas peças em um sistema totalmente funcional, disse Lopp:

"Não há uma única peça do quebra-cabeça que eu considere mais importante do que as outras. A genialidade de Nakamoto não foi nenhum dos componentes individuais do bitcoin, mas sim a forma intrincada com que eles se encaixam para dar vida ao sistema."

O que o bitcoin fez?

O bitcoin foi, na época, uma das primeiras invenções a usar soluções criptográficas para desvincular com sucesso o dinheiro do Estado. A invenção de Satoshi permitiu que os usuários contornassem efetivamente os bancos e as instituições financeiras para fazer transações com outras pessoas, em qualquer parte do mundo.

A primeira transação no mundo real paga em Bitcoin foi feita por Laszlo Hanyecz em maio de 2010. Ele comprou duas pizzas por 10.000 BTC.

Inicialmente, a grande mídia vinculou o bitcoin a atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, entre outras coisas. Mas essa narrativa foi mudando ao longo do tempo.

O bitcoin vem sendo cada vez mais adotado em todo o mundo. Em setembro de 2021, tornou-se moeda de curso legal em El Salvador.

Diversas instituições financeiras também se candidataram recentemente para oferecer fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista nos Estados Unidos, enquanto outras lançaram ETFs de bitcoin na Europa e em outras partes do mundo. Inclusive no Brasil.

Vários projetos foram implementados para ajudar o bitcoin a escalar e a adicionar mais casos de uso para a rede.

A Lightning Network foi lançada em 2018 para aumentar a velocidade de processamento das transações do bitcoin.

Tokens não fungíveis foram lançados no bitcoin em janeiro, os Ordinals, algo que foi possível graças ao soft fork Taproot implmentado em novembro de 2021.

O preço do bitcoin também está em uma corrida desenfreada desde a sua criação.

Tão barato quanto um centavo de dólar em 2009, o bitcoin já passou por vários ciclos de alta e baixa, com a volatilidade do preço oscilando até 88% em alguns momentos de sua história.

O preço do bitcoin atualmente está cotado a US$ 34.400, 50% abaixo de seu recorde histórico de US$ 69.000, registrado em 10 de novembro de 2021.

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