Elon Musk, fundador e CEO da Tesla. (Liesa Johannssen-Koppitz/Bloomberg/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 27 de abril de 2021 às 11h46.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 22h58.
Na última segunda-feira, 26, a Tesla divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2021 e citou a venda de bitcoin em seu relatório, causando preocupação no mercado de criptomoedas. O receio com a possibilidade da empresa estar se desfazendo do ativo, entretanto, foi resolvido pelo CEO da companhia, Elon Musk, que afirmou que a operação foi realizada para provar a liquidez do bitcoin e sua viabilidade no patrimônio da companhia.
Questionado no Twitter pelo humorista Dave Portnoy, que é um famoso detrator do bitcoin e acusou Musk de ter feito o preço da criptomoeda subir para então vender suas posses e "fazer uma fortuna" com a operação. O líder da empresa de veículos elétricos respondeu: "Eu não vendi nenhum dos meus bitcoins. A Tesla vendeu 10% da sua participação essencialmente para provar a liquidez do bitcoin como uma alternativa ao dinheiro no seu balanço patrimonial".
No, you do not. I have not sold any of my Bitcoin. Tesla sold 10% of its holdings essentially to prove liquidity of Bitcoin as an alternative to holding cash on balance sheet.
— Elon Musk (@elonmusk) April 26, 2021
A resposta de Musk não apenas mostra que a Tesla não pretende, pelo menos por enquanto, se desfazer dos seus bitcoins, como mostra que o executivo também investiu parte do seu patrimônio pessoal na maior criptomoeda do mundo.
A Tesla, que em fevereiro anunciou a compra de 1,5 bilhão de dólares em bitcoin, quando o preço da criptomoeda era de cerca de 39 mil dólares. Logo após o anúncio, o valor subiu para 45 mil dólares, chegando à 60 mil dólares no mês seguinte, antes da nova máxima registrada em abril, acima de 64 mil dólares. A venda registrada no balanço da empresa gerou receita de 272 milhões de dólares, sendo 101 milhões de dólares de lucro.
Além de mostrar que o bitcoin é um ativo viável para as reservas da empresa e de um lucro milionário com a primeira liquidação da criptomoeda, a Tesla também divulgou um lucro líquido geral de 438 milhões de dólares (cerca de 2,4 bilhões reais) durante o primeiro trimestre de 2021, o maior da história da empresa para esse período.
A empresa de Elon Musk, que no mês passado começou a aceitar bitcoin como forma de pagamento e que as receitas com o ativo não serão convertidas - ou seja, passarão a integrar as reservas de bitcoin da companhia - também anunciou no relatório a previsão de aumento de 50% nas entregas de veículos elétricos ao longo de 2021.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.