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Apresentador do Shark Tank: bitcoin minerado na China é "moeda de sangue"

Kevin O'Leary, que investiu 3% de seu portfólio na criptomoeda, quer garantia de procedência para comprar mais bitcoin

Kevin O'Leary, apresentador do Shark Tank nos EUA (Eric McCandless/Getty Images)

Kevin O'Leary, apresentador do Shark Tank nos EUA (Eric McCandless/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 6 de abril de 2021 às 11h54.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 13h52.

Kevin O'Leary, investidor que ficou famoso como apresentador do programa de TV Shark Tank nos Estados Unidos, afirmou em entrevista que, a partir de agora, só vai comprar bitcoin minerado de maneira sustentável, com uso de energia limpa, e não mais o que ele chamou de "criptomoedas de sangue da China".

O'Leary já se posicionou radicalmente contra o bitcoin no passado, mas mudou de opinião desde a alta de 2020 e se tornou um investidor da criptomoeda. Agora, em entrevista ao canal de televisão CNBC, levantou questão sobre a procedência dos ativos digitais e criticou operações de mineração que usam energia fóssil.

"Eu vejo que pelos próximos um ou dois anos existirão dois tipos de criptomoeda. As criptomoedas de sangue da China e as criptomoedas limpas, mineradas de maneira sustentável em países que usam hidrelétricas e não carvão", disse, em referência aos métodos de produção de energia.

Segundo o Statista, a China é responsável por 65% de todos os bitcoins minerados no mundo. Apesar de ser uma conhecida produtora de energia fóssil, com uso de termelétricas, a China também possui hidrelétricas, como é o caso da província de Sichuan, que, na temporada de chuvas, produz um enorme excedente energético, vendido a preços baixíssimos para mineradoras da região, um dos principais polos desta atividade no mundo.

"Eu vou ficar no lado das criptomoedas limpas", completou o investidor, sem especificar como pretende comprar criptomoeda com garantia de procedência. "Não comprarei mais criptomoedas até que eu saiba onde elas foram mineradas, quando foram mineradas, a procedência disso. Não da China. Sem criptomoeda de sangue para mim".

A preocupação de O'Leary, apesar de estudos que apontam que a maioria do bitcoin minerado utiliza fontes de energia renováveis, pode refletir também o comportamento de outros investidores institucionais, que atualmente impõem restrições a seus investimentos com o objetivo de garantir padrões de sustentabilibidade e governança. As preocupações incluem questões ligadas aos direitos humanos e à emissão de carbono, entre outras.

“As instituições não comprarão criptomoedas mineradas na China, criptomoedas mineradas com a utilização de carvão para produzir eletricidade, criptomoedas mineradas em países com sanções econômicas”, afirmou O'Leary, citando a razão pela qual ele acredita que investidores institucionais podem enxergar um obstáculo em relação ao bitcoin.

No passado, Kevin O'Leary chegou a chamar o bitcoin de "lixo", mas mudou de ideia recentemente e afirmou que alocaria 3% de seu portfólio na criptomoeda.

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