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Crimes com criptomoedas desaceleraram em 2023, o que o mercado pode esperar para este ano?

Levantamento da Chainalysis indica que atividades ilícitas perderam espaço no volume total de transações com criptomoedas; ransomware e darknet são tendências para 2024

 (Oi/Divulgação)

(Oi/Divulgação)

JC
Javier Carrión

Vice-presidente e head de vendas da Chainalysis para América Latina.

Publicado em 21 de janeiro de 2024 às 11h00.

Assim como os maus agentes, a indústria de criptomoedas precisa modernizar suas ferramentas e táticas constantemente, a fim de sempre estarmos um passo à frente desses cibercriminosos e suas técnicas.

Parcerias entre organizações privadas e os órgãos públicos devem preparar o ambiente para conter as ilegalidades, posicionando a indústria mais assertivamente para proteger os consumidores do mercado do presente, e principalmente, do futuro, no qual a operação no cripto universo será oportuna e necessária para diversos setores.

Um bom exemplo dessa modernização foi a queda significativa no volume total de fraudes e roubos de fundos em criptomoedas, cujas receitas encolheram em 29,2% e 54,3%, respectivamente, entre 2022 e 2023, segundo o Crypto Crime Report da Chainalysis.

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Curiosamente, essa retração foi puxada pela queda no número de hacking em DeFi - que é uma das áreas do universo cripto que cresce mais rápido, em grande parte devido à sua transparência. Segundo o relatório da Chainalysis, isso pode ser um sinal de que os protocolos DeFi estão melhorando suas práticas de segurança.

Da mesma forma, após os recordes registrados em 2022, o volume financeiro movimentado em atividades ilícitas na blockchain teve uma queda significativa em 2023. O valor absoluto recebido por endereços ilícitos caiu de US$ 39,6 bilhões para US$ 24,2 bilhões no último ano - retração de aproximadamente 38,8%. Com essa redução, a fatia que representa essas atividades no volume total de transações com ativos digitais também caiu, de 0,42% em 2022 para 0,34%.

É importante destacar que esses números foram extraídos dos fluxos para os endereços ilícitos que a Chainalysis identificou. Ou seja: daqui a um ano, estes totais certamente serão mais elevados, conforme novos endereços suspeitos são incorporados à base de dados.

Como sabemos, a ação desses maus agentes acontece a todo tempo, e é necessário que as empresas do setor estejam prontas para impedir, mitigar e rastrear suas atividades. Com isso, a indústria deve se preparar para as duas modalidades ilícitas mais proeminentes no ano passado e que devem continuar sendo exploradas por cibercriminosos em 2024: ransomware e darknet.

Segundo avaliação da Chainalysis, o crescimento do ransomware pode ser justificado pela adaptação dos cibercriminosos às melhorias de segurança cibernética das empresas. Já a expansão dos mercados de darknet pode estar relacionada à recuperação dos cibercriminosos após o fechamento da Hydra, que hospedava mais de 90% desses mercados em seu auge.

Embora ainda não tenha surgido nenhum substituto para ocupar o lugar da Hydra, o setor de darknet como um todo está a se recuperar, com as receitas retornando aos níveis recordes de 2021.

Outro fato identificado pela empresa é que o Bitcoin perdeu espaço como criptomoeda favorita dos cibercriminosos. Agora, as stablecoins representam a maior parte de todo o volume de transações ilícitas. Isso pode se justificar pelo crescimento dessa classe de ativos digitais no volume geral de atividades legítimas.

Como já é esperado, os maus agentes visam setores e modalidades emergentes e proeminentes, nos quais o volume financeiro movimentado tem crescido.

De forma geral, observamos em 2023 uma gradual melhora na indústria, que ainda se recuperava do inverno cripto dos anos anteriores. Com uma lenta melhora no cenário macroeconômico global e a retomada da confiança no setor de tecnologia, pudemos observar uma recuperação de preços dos ativos digitais, e isso levou alguns especialistas a esperarem uma nova Primavera Cripto no curto prazo.

Apesar de toda expectativa, não conseguimos afirmar com toda a certeza que gostaríamos que isso de fato acontecerá neste ano. Com novas estruturas regulatórias sendo aprovadas nos principais mercados do mundo e a recente luz verde da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos para a comercialização de Exchange Traded Funds (ETFs) de bitcoin, esperamos que essa recuperação ganhe fôlego.

Com maior segurança jurídica e novos produtos e serviços no mercado cripto, novas empresas devem embarcar no setor e iniciar suas operações com ativos digitais. A chegada desses novos players, acompanhada do volume financeiro que circulará em suas atividades, deve atrair ainda mais a atenção dos cibercriminosos, que estão sempre modernizando suas táticas para se movimentarem enquanto passam despercebidos.

Portanto, com o cenário que se desenha para este ano, é necessário que as organizações estejam prontas e contem com as parcerias certas para navegar na indústria cripto com tranquilidade.

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