Contra os criptoativos, presidente do BCE não convence nem o próprio filho
Filho da presidente do Banco Central Europeu não dá ouvidos à mãe quando o assunto são as criptomoedas; Christine Lagarde revela que filho investe na classe de ativos
Mariana Maria Silva
Publicado em 26 de maio de 2022 às 16h58.
Última atualização em 27 de maio de 2022 às 11h31.
Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu, é amplamente conhecida por se posicionar contra as criptomoedas. No entanto, seu filho tem uma opinião diferente da mãe sobre os investimentos em ativos digitais.
Durante sua participação no programa holandês “College Tour”, a presidente foi perguntada por um membro da plateia se possuía alguma criptomoeda. “Não, eu não [tenho nenhuma criptomoeda] porque quero praticar o que prego”, disse ela. “Na verdade, tenho um filho que investiu em criptomoedas, o que acompanho com muito cuidado”, acrescentou.
Com a resposta, o membro da plateia quis saber o que ela havia tirado disso. Lagarde respondeu: “Que eu não colocaria meu dedo lá”. Ela acrescentou que seu filho não ouviu seus conselhos sobre ficar longe das criptomoedas.
Lagarde, que além de presidente do Banco Central Europeu, é advogada e economista, criticou o investimento em criptomoedas diversas vezes. Para ela, o bitcoin era um ativo “altamente especulativo” envolvido em lavagem de dinheiro.
“Não se baseia em nada. Não há ativo para atuar como âncora de segurança”, acrescentou Lagarde. “Eu disse o tempo todo que os criptoativos são ativos altamente especulativos e altamente arriscados”, opinou Lagarde em outra ocasião.
No entanto, seu filho e milhões de pessoas em todo o mundo parecem discordar das opiniões da presidente do Banco Central Europeu. Mesmo em queda, as criptomoedas possuem valor de mercado em mais de US$ 1,2 trilhão e movimentaram US$ 91,7 bilhões apenas nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Apesar de se manter irredutível quanto às criptomoedas, uma outra forma de moeda digital conquistou a simpatia de Christine Lagarde: as CBDCs. Também conhecidas como moedas digitais emitidas por bancos centrais, elas podem representar uma versão digital das moedas fiduciárias que já conhecemos, como o dólar ou o real.
Em outras ocasiões, Lagarde afirmou que o desenvolvimento de um euro digital é “importante” e pode beneficiar o bloco comercial. A União Europeia já pensa em uma legislação para criar a moeda digital até o início de 2023. Enquanto isso, o desenvolvimento do Real Digital caminha a passos largos no Brasil.
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