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Compra da FTX pela Binance encerra três anos de rivalidade entre CEOs famosos

Entenda como a relação dos CEOs afeta a negociação entre as duas maiores corretoras de criptomoedas do mundo

Changpeng Zhao, CEO da Binance, e Sam Bankman-Fried, CEO da FTX (Twitter/Reprodução/Reprodução)

Changpeng Zhao, CEO da Binance, e Sam Bankman-Fried, CEO da FTX (Twitter/Reprodução/Reprodução)

Na última terça-feira, 8, o mercado de criptomoedas foi surpreendido por uma transação de grande magnitude: a compra da FTX pela Binance. Anunciado pelos CEOs das corretoras, que correspondem às duas maiores do mundo, o negócio foi acordado após uma crise de liquidez acometer a FTX e seus líderes trocarem farpas nas redes sociais.

Ao anunciar a aquisição, o CEO da Binance, Chanpeng Zhao, disse que a concorrente passava por um "problema de liquidez" e que a compra era uma forma de auxiliá-la. Já o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, associou o movimento a um esforço para proteger os investidores.

(Mynt/Divulgação)

Isso porque a FTX enfrentava uma crise de liquidez após um relatório divulgar que o balanço da Alameda Research, empresa do império construído por Bankman-Fried, possuía 30% de suas reservas em FTT, o token emitido pela própria FTX.

A informação gerou temores no mercado quanto ao risco de insolvência caso a corretora enfrentasse problemas. Diante disso, Changpeng Zhao anunciou a venda de tokens FTT das reservas da Binance.

Zhao anunciou que a Binance venderia US$ 2,1 bilhões em tokens FTT. Segundo o empresário, o motivo seriam "recentes revelações que vieram à tona".

A Binance possuía unidades da criptomoeda da FTX após ter vendido em 2021 suas participações na corretora, na qual havia investido em seu início.

Após o anúncio, Bankman-Fried chegou a trocar indiretas com Zhao, afirmando no Twitter que "como sempre - é hora de construir. Faça amor (e blockchain), não faça guerra".

No entanto, posteriormente, a FTX chegou a suspender os saques em sua plataforma.

“Esta tarde, a FTX nos pediu por ajuda. Há um problema significativo de liquidez. Para proteger os usuários, nós assinamos um documento para adquirir completamente a FTX e ajudar a cobrir o problema de liquidez”, anunciou o CEO da Binance no Twitter.

Após o anúncio da compra, no entanto, a Binance destacou que pode desistir do acordo “a qualquer momento” e Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, deletou a publicação em que anunciava a venda da corretora.

Rivalidade

A rivalidade entre os CEOs das maiores corretoras de criptomoedas do mundo não é de hoje. Desde 2019, com o surgimento e a ascensão da FTX no mercado, a relação de Changpeng Zhao e Sam Bankman-Fried foi resumida por altos e baixos.

Fundada em 2017, a Binance se tornou rapidamente a maior corretora de criptomoedas do mundo e nunca teve sua dominância ameaçada até 2019. A FTX foi um outro caso de sucesso do setor, tornando Sam Bankman-Fried um jovem bilionário que foi considerado um destaque por grandes veículos de mídia.

Apesar de nunca ter chegado realmente perto do valor de mercado e volume de transações da Binance, sob o comando de Bankman-Fried, a FTX ganhou a consideração de nomes mundiais importantes.

Um dos maiores doadores políticos dos Estados Unidos em 2022, Bankman-Fried defendia a regulação do setor e se aproximou do governo norte-americano, chegando a ser convidado para uma audiência do Congresso para tratar do assunto.

Ainda que tenha investido na FTX no início, a Binance vendeu suas participações em 2021 e os CEOs não pouparam críticas entre si durante estes três anos.

Agora, caso a aquisição seja concluída, investidores e especialistas do mercado cripto esperam que a rivalidade chegue ao fim, apresentando muitas lições para o setor.

“Duas grandes lições: 1 – Nunca use um token que você criou como garantia. 2 – Não faça empréstimos se você tem um negócio com criptomoedas. Não use capital ‘com eficiência’. Tenha uma grande reserva. A binance nunca usou o BNB [token emitido pela Binance] como garantia, e nós nunca fizemos dívidas”, publicou Changpeng Zhao no Twitter, sobre o caso.

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