Redação Exame
Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 10h00.
O final do ano já está aqui e, para quem viveu o mercado de criptomoedas como eu, posso dizer que 2024 passou voando. Essa é uma sensação não apenas do João Canhada empresário, mas também do João Canhada pessoa física.
Mas mesmo com toda essa agitação, não há do que reclamar. Afinal, este foi o ano do bitcoin!
Eu sei que já tivemos outros períodos muito bons e positivos para a criptomoeda, mas, em 2024, o jogo foi outro. Muito mais intenso e desafiador, mas que trouxe um resultado fantástico para a gente discutir neste artigo!
Não tem uma conversa que eu faça, que a outra pessoa não me pergunte sobre o preço do bitcoin. Então, nada mais justo trazer esses dados aqui para vocês também como o pontapé inicial deste papo!
Para começar, o bitcoin iniciou o ano sendo negociado a "apenas" US$ 42,2 mil. Apesar de expressivo, o valor ainda estava bem abaixo da última máxima histórica que, até então, era de US$ 69 mil.
Mercado abre, mercado fecha, o bitcoin teve seu pico de preços em março deste ano, quando renovou o all-time high na casa dos US$ 73 mil.
O "problema" é que os investidores decidiram dar uma pausa de quase sete meses, antes de voltar a subir. Isso acabou colocando dúvidas sobre a saúde deste ciclo.
Mas foi em outubro – ou melhor, no uptober – que o jogo virou, e o bitcoin começou sua disparada até chegar no pico de US$ 108 mil.
No ano, isso significa que chegamos a registrar uma valorização de 156% em um único ativo.
Agora, nesta reta final de dezembro, a correção veio. E não é de se espantar.
Como você leu, o ativo mais que dobrou seu valor em poucos meses. Uma realização de lucros, queda de preço, correção – enfim, como você quiser classificar este evento – teria que acontecer.
Afinal, como a gente bem sabe, nenhum mercado saudável sobe em linha reta. E com o bitcoin, claro, não seria diferente.
Olhar para o preço do bitcoin é importante? Sim! Mas é preciso olhar para o todo. Só assim a gente consegue entender como 2024 foi um ano extremamente generoso e importante para o bitcoin.
E isso começa lá em janeiro, quando os ETFs à vista foram aprovados nos Estados Unidos!
Este foi um espaço que há anos era batalhado pelas empresas do setor. E, enfim, foi conquistado nos primeiros dias do ano.
Este foi um marco importante para o mercado. Mas por que? Bom, para começar, a aprovação dos fundos regulados em bolsa serviram como um “selo de aprovação” das autoridades.
Então, aquela história de que cripto não era regulamentado ou operavam de forma ilegal se encerra aqui.
Fora isso, esses produtos serviram como alternativa regulada para que investidores tradicionais e institucionais tivessem uma porta de entrada mais “familiar” e terceirizada.
Então, eles não precisavam buscar acesso em uma exchange e fazer sua própria custódia. Bastava comprar cotas do ETF para se expor ao bitcoin. Mesmo com a taxa de administração embutida neste serviço, esse tipo de player ainda vê vantagem nesta forma de investimento.
No fim do dia, o que vimos foi, então, um grande atrativo para que uma nova onda de capital fluísse para dentro do mercado de criptomoedas.
Nos Estados Unidos, muitas coisas se alinharam para trazer um bom desempenho ao bitcoin.
A começar pelo inédito discurso eleitoral, que colocou as criptomoedas quase no centro do debate. Donald Trump foi o que mais soube surfar essa onda. Se ele vai ou não aplicar as coisas que prometeu, não temos certeza.
Mas, de fato, a perspectiva é de um mercado de criptomoedas muito mais flexível por lá, com a possibilidade de novos produtos que vão atrair os investidores tradicionais e institucionais não só para o bitcoin.
Imagina um ETF de Solana, de Chainlink, ou até mesmo de alguma memecoin (ok, essa última é brincadeira).
Mas para além disso, tivemos os primeiros cortes de juros nos Estados Unidos.
O afrouxamento da política monetária trouxe a perspectiva de um dólar potencialmente mais fraco, assim como uma queda nos rendimentos de renda fixa. Restou, então, aos investidores buscarem o risco.
E onde o risco estava? Ações de tech e criptomoedas!
Este foi um grande sinal de compra para o mercado, que viu a junção de um discurso político pró-cripto, e um ambiente monetário favorável ao risco.
Juntam-se esses dois elementos e temos uma onda de compra poderosa para o bitcoin.
O grande “ganho” de 2024 não se restringe aos US$ 100 mil. Olha o tanto de ganhos colaterais e adjacentes que vieram junto e, talvez, eles tenham até sido, na verdade, gatilhos para que esse pico histórico fosse alcançado.
A partir de agora, nós não falamos mais de bitcoin. Falamos de um ativo do setor financeiro. As características outsider estão lá, na tecnologia blockchain e da criptomoeda. Isso ninguém vai tirar.
Mas quando estamos apontando o bitcoin como um investimento. Ela passa a ter o mesmo peso que ações da Nvidia, da Tesla ou qualquer outro ativo que você queira apresentar.
Bitcoin é um produto que mexe com a política, com o sistema financeiro e, claro, com o bolso de quem entende a tecnologia.
E é por isso que 2024 foi um ano especial e tão importante para o bitcoin. Muito além do preço, a criptomoeda se tornou referência não só em seu setor, mas também no âmbito tradicional. Meus lamentos para quem achou que isso nunca aconteceria!
*João Canhada é fundador da Foxbit, corretora brasileira de criptomoedas.
O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok