Com queda mais longa em 8 anos, bitcoin cai para menor valor desde 2021
Medidas do banco central norte-americano para conter a inflação geram fuga dos ativos de risco e principais criptomoedas seguem em queda acentuada
Mariana Maria Silva
Publicado em 9 de maio de 2022 às 11h05.
Assim como os mercados tradicionais, o mercado de criptomoedas segue sofrendo o impacto da superquarta. O evento, que anunciou o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos na última semana, foi responsável por chacoalhar a economia global, principalmente quando o assunto são os ativos de risco.
Quando o banco central norte-americano aumenta as taxas de juros, isso também aumenta o custo para as instituições financeiras pegarem empréstimos, causando um efeito dominó que vai até as taxas de cartão de crédito dos consumidores comuns. A intenção de medidas como esta é desacelerar ou reverter a inflação, tornando o dinheiro mais caro.
Apesar de ter proporcionado inicialmente um movimento de alta nas principais criptomoedas, não demorou muito para que o aumento de meio ponto percentual afetasse o mercado cripto, que já amarga a perda de mais de US$ 300 bilhões em capitalização.
Já na quinta-feira, 5, a grande maioria das criptomoedas despencou. De modo geral, apenas as stablecoins - criptomoedas estáveis cujo valor acompanha ativos reais como o dólar – se mantiveram firmes à reação um pouco atrasada do setor após a superquarta.
O movimento de queda continuou se intensificando durante o final de semana, e chegou a fazer com que a maior criptomoeda do mundo, o bitcoin, atingisse nesta segunda-feira, 9, o seu menor valor desde as perdas do último ano, quando chegou a ser cotado em US$ 29 mil.
O bitcoin inicia a sua sétima semana seguida no vermelho, algo que não acontecia há oito anos, de acordo com informações do CryptoPotato. De acordo com o Glassnode, o número de carteiras no prejuízo é o maior dos últimos dois anos. A inflação recorde gerada pela pandemia do coronavírus causou um movimento de fuga dos ativos de risco, que não performam bem desde o início do ano. No momento, a criptomoeda é cotada a US$ 32.845, com queda de 5,2% nas últimas 24 horas, de acordo com o CoinGecko.
O ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum, segue acompanhando o bitcoin. Apesar de apresentar queda de 6,2% nas últimas 24 horas e ser cotado em US$ 2.394 no momento, estes números podem soar ainda mais preocupantes se compararmos com a máxima histórica da criptomoeda. Desde que atingiu os US$ 4.878 em 2021, o ether já caiu mais de 50%.
No entanto, as perdas podem ser ainda maiores para as criptomoedas que não ocupam o topo do ranking de capitalização. Algorand, shiba inu e polkadot lideram nas perdas desta segunda-feira, 9, com aproximadamente 10% de queda. Outro destaque negativo é a criptomoeda LUNA, que protagoniza o blockchain Terra em conjunto à stablecoin UST. Enquanto a criptomoeda estável perde sua paridade com o dólar, a LUNA apresenta queda de quase 30% nos últimos 7 dias, depois de ter batido recorde atrás de recorde em seu preço no início do ano.
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