Future of Money

Cliente recebe US$ 10 milhões de corretora cripto famosa, compra mansão e caso vai parar na Justiça

Plataforma Crypto.com deveria ter enviado US$ 100 para cliente, mas mandou milhões e só percebeu o erro sete meses depois; caso foi para na Justiça australiana

Logo após receber milhões por engano, consumidora comprou mansão em cidade australiana (Getty/Getty Images)

Logo após receber milhões por engano, consumidora comprou mansão em cidade australiana (Getty/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 30 de agosto de 2022 às 12h39.

Já imaginou abrir o aplicativo da sua corretora cripto e perceber que você recebeu, por engano, uma transferência de mais de US$ 10 milhões? Pois foi exatamente isso que aconteceu com uma cliente australiana da Crypto.com, uma das principais plataformas de negociação de criptoativos do mundo.

O erro da corretora aconteceu em maio de 2021, quando a cliente solicitou um reembolso de US$ 100 (R$ 506) e recebeu uma transferência de US$ 10,47 milhões (R$ 53 milhões). A empresa, entretanto, só percebeu o equívoco cerca de sete meses depois, durante uma auditoria no final do ano.

(Mynt)

O problema é que, naquele momento, boa parte do dinheiro já não existia mais. Em fevereiro de 2022, a cliente australiana gastou cerca de US$ 1,35 milhão (R$ 6,83 milhões) na compra de uma mansão com cinema e academia de ginástica nos arredores de Melbourne (AUS).

A história, divulgada pelo jornal "Herald Sun", ainda parece longe de terminar, já que, segundo a publicação, a corretora cripto agora busca reaver o dinheiro na Justiça - e a consumidora não demonstra que abrirá mão do valor tão facilmente.

Um processo foi aberto em meados de fevereiro e mostra que os pedidos da Crypto.com pelo congelamento das contas bancárias da consumidora não surtiram efeito, pois os fundos já tinham sido transferidos para outras contas - cerca de US$ 10 milhões para uma conta conjunta e outros US$ 430 mil para a filha da usuária da plataforma.

Em março, a empresa tentou liminar para confiscar o imóvel adquirido com parte dos fundos que foram enviados erroneamente. No entanto, a propriedade já tinha sido transferida para uma irmã da ré, que vive na Malásia. Uma nova liminar determinou o pagamento de US$ 1,35 milhão, juros de US$ 27,369 e a venda da mansão pela ré.

A consumidora que recebeu a transação equivocada não compareceu a nenhuma das audiências judiciais até o momento, tampouco foi encontrada pela publicação australiana. Já a Crypto.com, por sua vez, afirmou que, como o caso ainda está nos trâmites judiciais iniciais, não poderia comentar o assunto.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CriptoativosCriptomoedas

Mais de Future of Money

Drex: oportunidades e desafios para as empresas brasileiras

Como 2024 se tornou o ano do bitcoin?

Por que Hong Kong se transformou em um hub de criptomoedas?

Como as conversas sobre regulação estão impulsionando o mercado de criptoativos no Brasil