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Citi e Wells Fargo aportam R$ 538 mi em plataforma de negociação de cripto

A Talos, empresa responsável por um software que auxilia investidores durante todo o processo do trade, recebeu US$ 105 milhões em uma rodada série B

A adoção dos criptoativos por instituições é vista como um dos grandes destravadores de valor da classe de ativos (Emmanuel Dunand/AFP)

A adoção dos criptoativos por instituições é vista como um dos grandes destravadores de valor da classe de ativos (Emmanuel Dunand/AFP)

A Talos, empresa que oferece infraestrutura para investidores institucionais durante o processo de negociação com criptoativos, recebeu aporte de US$ 105 milhões (R$ 538 milhões) em uma nova rodada de investimentos série B, que contou com participação de grandes instituições financeiras como o Wells Fargo e o Citigroup, quinto e 18º maiores bancos do mundo em valor de mercado, respectivamente.

Segundo o site da empresa, a Talos “foi construída exclusivamente para dar suporte ao ciclo completo de trade com um ativo digital da descoberta do preço, até a execução e o fechamento em spot [mercado à vista], futuros e mercados de câmbio. A plataforma está disponível como uma única API ou como um GUI avançado que pode ser feito sob medida para se encaixar nas suas demandas de trabalho”. Compilando dados de diversas exchanges e mercado de balcão, a plataforma tem como objetivo apresentar uma solução sofisticada para traders institucionais.

(Mynt/Divulgação)

Focada atualmente no mercado americano, a empresa pretende usar a captação para expandir sua atuação em países europeus e asiáticos. "Estamos crescendo organicamente nessas regiões, mas agora queremos escalar nosso alcance através de outras estratégias", explicou Samar Sen, head da Ásia Pacífica na Talos, ao The Block. Além disso, a companhia também planeja aumentar seu quadro de funcionários dos 80 atuais. Apesar de não revelar números, Sen afirmou que a companhia cresceu 20 vezes no ano passado e que sua base de usuários é maior do que 20 milhões.

Em sua primeira rodada, no valor de US$ 40 milhões, feita no ano passado, a empresa já havia recebido investimentos de empresas como Andreessen Horowitz, PayPal e Fidelity. O valor atribuído à Talos hoje é de US$ 1,25 bilhão, tornando-a um unicórnio. Nesta segunda rodada, além do Citigroup e do Wells Fargo, participaram também o BNY Mellon, 59º maior banco do mundo, e fundos como Voyager e General Atlantic, entre outros.

Seus maiores competidores foram adquiridos por corretoras de criptoativos, como a Tagomi pela Coinbase e o Omnixex pela Gemini, mas segundo Sen, a Talos vai continuar independente: "gostamos de ser independentes e da capacidade de trabalhar com uma gama de provedores de serviços e entidades em todo o ecossistema de ativos digitais", explicou ele.

Grandes instituições financeiras estão cada vez mais interessadas em ativos digitais e na tecnologia blockchain, seja como investimento, seja como forma de integrar suas frentes de negócio com as redes. Vikram Pandit, ex-CEO do Citigroup, afirmou no final do ano passado que todos os grandes bancos iriam pensar em negociar cripto. “Dentro do intervalo de um a três anos, todo grande banco ou empresa de valores mobiliários irá pensar seriamente “será que eu deveria estar negociando e comercializando criptoativos?”, disse ele.

Essa adoção institucional é vista por especialistas como um "destravador" de valor para a classe de ativos, apesar de gerar preocupações com a correlação com o mercado tradicional que viria com essa adoção.

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