BTG Pactual será um dos parceiros da Circle no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter do Future of Money
Publicado em 29 de maio de 2024 às 11h23.
Última atualização em 29 de maio de 2024 às 12h10.
A Circle, empresa responsável pela emissão da stablecoin pareada ao dólar USDC, anunciou nesta quarta-feira, 29, uma parceria com o banco BTG Pactual para impulsionar a adoção da criptomoeda no Brasil. Além disso, a companhia lançou oficialmente suas operações no país, buscando desenvolver uma "presença local" no mercado brasileiro.
Em um comunicado, a Circle destacou que a "expansão estratégica" para o país busca aproveitar uma "oportunidade para entregar uma infraestrutura de ativos digitais e dólares digitais altamente demandada para um mercado que está na liderança da inovação e adoção de fintechs". Além do BTG Pactual, a empresa contará também com uma parceria com o Nubank, anunciada no fim de 2023.
O objetivo das parcerias é acelerar o lançamento de novos produtos de ativos digitais e permitir um acesso "quase instantâneo, de baixo custo e 24 horas, sete dias da semana, à USDC". Atualmente, a USDC é a segunda maior stablecoin em termos de capitalização de mercado. Na prática, 1 unidade do ativo é equivalente sempre a US$ 1, com reservas que garantem a paridade.
A Circle ressaltou ainda que "esse movimento ocorre em um momento de adoção exponencial de fintech resultante de iniciativas e políticas pró-inovação" no Brasil, destacando principalmente o lançamento e grande adoção do Pix no Brasil. Nesse sentido, a empresa disse que buscará "melhorar o ambiente financeiro do Brasil ao trabalhar com essas companhias inovadoras para tornar os dólares digitais mais acessíveis por meio da USDC".
Os dados mais recentes divulgados pela Receita Federal, em outubro de 2023, apontam que a stablecoin pareada ao dólar USDT é a mais usada por brasileiros, movimentando mais de R$ 270 bilhões em transações, indicando o tamanho potencial desse mercado. Durante o evento de lançamento da Circle no Brasil, Jeremy Allaire, CEO da empresa, projetou que o mercado de stablecoins "vai crescer para trilhões em circulação dentro de uma década".
Com a nova parceria, o BTG Pactual será o "parceiro de distribuição direto" da USDC no Brasil, oferecendo o ativo para os seus atuais clientes de varejo e institucionais e recebendo novos clientes que queiram ter acesso à stablecoin. A parceria também busca ligar as operações da Circle às capacidades da infraestrutura bancária local, como o Pix, facilitando a criação e conversão de unidades de USDC.
Jeremy Allaire, CEO da Circle, afirmou que a empresa está comprometida "a gerar um impacto positivo no mercado brasileiro e formar parcerias com integrantes locais do mercado para empoderar negócios a participar da economia global com mais eficiência e facilidade. Existem muitas oportunidades vantajosas no horizonte quando o ecossistema financeiro do Brasil convergir com a plataforma mais acessível de dólar".
Já André Portilho, head de digital assets do BTG Pactual, pontua que o BTG Pactual "está na liderança das inovações do mercado financeiro, participando ativamente do ambiente cripto". "Estamos orgulhosos de ser o primeiro banco no mundo a emitir um token de valor mobiliário e uma stablecoin de dólar, assim como o primeiro fundo de bitcoin por uma instituição financeira no Brasil".
"A nossa parceria com a Circle é uma prova da nossa crença de que a tecnologia blockchain vai gerar a nova infraestrutura da indústria financeira. Esses marcos mostram nossa dedicação em avançar as fronteiras e moldar o futuro dos ativos digitais", afirma.