Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 16h02.
Matt Hougan, líder de investimentos da gestora Bitwise, divulgou um relatório na última segunda-feira, 13, em que afirma que "centenas de empresas" deverão começar a comprar unidades de bitcoin em 2025, potencialmente impulsionando o preço da criptomoeda nos próximos anos.
Em um comunicado divulgado pela gestora, Hougan se referiu a esse movimento como uma "megatendência" que seria "grande o suficiente para impulsionar o mercado de bitcoin significativamente para cima neste ano". Ele citou como grande exemplo a MicroStrategy, maior detentora institucional do ativo.
Na visão de Hougan, a empresa de software "não está recebendo atenção suficiente" pela implementação da estratégia. "A maioria dos investidores com quem converso parece pensar na empresa como uma entidade única, com um fundador singular fazendo uma coisa singular", comenta.
"Isso está errado. Passei os últimos meses investigando a ideia de empresas comprarem e manterem bitcoin como um ativo de tesouraria e acabei concluindo que essa é uma tendência muito maior do que a maioria das pessoas imagina. Na verdade, acho que é uma megatendência genuína", explicou.
Hougan comentou que, entre os próximos 12 a 18 menos, "centenas de empresas" devem começar a adquirir a criptomoeda, seguindo os passos da MicroStrategy. E ele identificou três grandes causas por trás dessa possível nova tendência.
A primeira é que, por mais que a MicroStrategy não esteja entre as 200 maiores empresas do mundo, ela foi responsável por adquirir mais do que todas as novas unidades de bitcoin mineradas em 2024. E ela pretende continuar esse movimento, gerando uma demanda compradora para o ativo.
"Então pergunte-se o seguinte: o que acontecerá se empresas realmente grandes começarem a seguir a MicroStrategy? A Meta — que atualmente está considerando uma sugestão dos acionistas para adicionar bitcoin ao seu balanço — é 20 vezes maior que a MicroStrategy", destacou.
Hougan citou ainda o fato de que, hoje, 70 empresas com ações negociadas em bolsas de valores já declaram ter unidades de bitcoin em seus balanços, o que mostra que a tendência de aquisição "já é maior que a MicroStrategy".
Por fim, o executivo pontua que esse número "está destinado a explodir", graças à combinação do progressivo fim de um risco reputacional por adquirir bitcoin e por uma iminente mudança na regulação dos Estados Unidos que facilitaria as compras e declarações por empresas.
"Algumas empresas são gananciosas, esperando que adicionar bitcoin ao seu balanço aumente o preço das suas ações. Outras estão preocupados com a desvalorização do dólar e querem proteger o seu dinheiro da destruição a longo prazo. Outros ainda querem sinalizar que fazem parte da tribo bitcoin, na esperança de atrair clientes. Alguns provavelmente têm apenas um palpite", comentou.
Para Hougan, "os motivos são muitos, mas no final não importa. Como investidor, você não precisa saber porque toda empresa compra bitcoin, assim como não precisa saber porque cada instituição, consultor financeiro e investidor de varejo o faz. Você só precisa olhar para os números e se perguntar duas coisas: para onde parece que está indo toda essa demanda das empresas? E o que isso significaria para o mercado?".