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Bitcoin e ether devem ter pior semana desde crise da FTX após perdas

Criptomoedas entraram em tendência de queda devido à combinação de problemas do setor e piora de perspectivas nos EUA

Bitcoin, ether e outras criptomoedas acumulam perdas nas primeiras semanas de março (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin, ether e outras criptomoedas acumulam perdas nas primeiras semanas de março (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de março de 2023 às 13h34.

O bitcoin e o ether caminham para ter o pior desempenho semanal desde a primeira semana de novembro de 2022, quando a crise que culminaria na falência da FTX levou a perdas significativas no mercado. Agora, as duas principais criptomoedas do setor devolveram nos últimos dias parte dos ganhos acumulados nos primeiros meses de 2023, em meio a uma piora nas perspectivas econômicas.

De acordo com dados da plataforma de inteligência de mercado TradingView, o bitcoin acumula no momento uma perda semanal de 10,76%, cotado a US$ 19,9 mil. Já o ether registra uma desvalorização de 9,26%, a US$ 1.414. Os dados apontam ainda que a maior parte desse queda ocorreu nas últimas 24 horas: as criptomoedas caíram, respectivamente, 7,6% e 7,8%.

Com isso, os dois ativos já devolveram nas últimas semanas uma parte considerável dos ganhos que registram nos dois primeiros meses de 2023. Dados do CoinMarketCap mostram que o bitcoin acumula agora um ganho de 20% no ano - ante 30% ao fim de janeiro -, enquanto o ether tem uma valorização acumulada de 17,64%, contra ganhos na casa dos 40% no primeiro mês do ano.

O desempenho das duas criptomoedas reflete a pior performance diária do setor em 2023 nesta sexta-feira, 10. Ela foi desencadeada pela combinação de uma crise interna no setor e pela piora nas perspectivas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, alimentando um pessimismo entre investidores e um movimento de saída de ativos considerados de maior risco.

O mercado já vinha nos últimos dias em uma tendência de queda gerada pelos problemas financeiros do Silverbank, um banco nos Estados Unidos que ficou conhecido por ser amigável ao setor, oferecendo uma série de serviços importantes para empresas de cripto. Entretanto, os responsáveis pela instituição decidiram encerrar suas operações em meio a uma crise e uma forte desvalorização de suas ações.

Entretanto, a queda foi piorada após adivulgação de dados de empregodos Estados Unidos com o chamado Payroll. A expectativa do mercado era que o país registrasse uma geração pequena de vagas de emprego, refletindo o processo de alta de juros no país iniciado em 2022 para combater um nível recorde de inflação. Mas isso acabou não se confirmando.

O país abriu mais de 310 mil vagas de emprego em fevereiro, indicando que a economia norte-americana segue aquecida. Isso pode levar o banco central do país, oFederal Reserve, a ter uma postura mais agressiva no combate à inflação, com novas elevações nas taxas de juros e em patamares semelhantes aos observados no segundo semestre do ano passado.

O cenário é negativo para o mercado acionário e de criptomoedas como um todo, já que os juros maiores aumentam a aversão a riscos pela possibilidade de recessão no país e também tornam os retornos com investimentos em renda fixa maiores, levando a uma migração de investidores para fora de ativos que sejam considerados de maior risco.

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