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Bitcoin é ativo mais rentável de fevereiro, ultrapassando o ouro e o dólar

Apesar da alta volatilidade e de ainda estar 36% abaixo de sua máxima histórica, o bitcoin voltou a ser o ativo de melhor performance para os investidores brasileiros em fevereiro

Criptoativo ofereceu ganhos mensais acima de 8% (Francesco Carta Fotografo/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 4 de março de 2022 às 09h00.

Após um início de ano acidentado, em que operou em baixa em forte correlação com o mercado de ações, o bitcoin voltou a se descolar de todas as outras classes de ativos nos últimos dias de fevereiro logo após a invasão da Rússia à Ucrânia, registrando ganhos mensais em reais acima de 8%, e tornou-se o investimento de maior rentabilidade mensal para o investidor brasileiro.

A maior criptomoeda do mercado interrompeu uma série de três fechamentos mensais no vermelho e terminou fevereiro cotada a R$ 222.638, de acordo com dados do CoinGecko. Mesmo com a valorização do real frente ao dólar verificada no mesmo período, obitcoinvoltou a ser a melhor opção de investimento para o investidor brasileiro quando comparado a outras classes de ativos.

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O ouro, com quem o bitcoin disputa o posto de principal ativo de proteção e de reserva de valor, ficou na segunda posição, com uma valorização de 1,5%. Supostamente, ambos teriam se beneficiado da turbulência geopolítica global motivada pela invasão da Rússia à Ucrânia.

No entanto, em um primeiro momento, o bitcoin amargou perdas severas enquanto o ouro atingia sua maior cotação desde junho do ano passado. A relação se inverteu à medida que as potências ocidentais anunciaram sanções econômicas severas à Rússia e as criptomoedas passaram a ser amplamente utilizadas para fortalecer a resistência do exército e do povo ucraniano .

À medida que a utilidade de uma moeda descentralizada e à prova de censura se tornava evidente para parte da população global, o bitcoin e as criptomoedas voltaram a se descolar do mercado de ações, alcançando uma valorização imprevista pela maioria dos analistas. Muitos entendiam que os desdobramentos macroeconômicos do conflito tenderiam a ser prejudiciais ao bitcoin.

Enquanto a disputa continua no campo de batalha que se tornou o território ucraniano, a guerra de narrativas segue em jogo no campo midiático, mas por enquanto o bitcoin mostra-se bastante resiliente. Resta ver como ele vai responder aoiminente aumento da taxa de juros pelo Banco Central dos EUA (Fed), e aocerco regulatório que ganhou um novo impulso momentâneomotivado pelos temores das potências ocidentais de que aRússia possa contornar as sanções impostas pelo Ocidente se valendo das criptomoedas.

Ibovespa em alta, dólar em queda

Em oposição, odólarregistou uma queda de 4,06%, cotado a R$ 5,14 de acordo com a taxa PTAX, que é calculada a partir da média das cotações apuradas peloBanco Centralao longo do mês. Já no mercado à vista, a cotação ficou em R$ 5,16, 2,83% abaixo do fechamento de janeiro.

A queda do dólar no mês passado se deu pelo influxo positivo da moeda norte-americana na economia brasileira país. Investidores estrangeiros estão recorrendo à bolsa brasileira como refúgio da instabilidade dos principais mercados financeiros globais em função da guerra.

Além disso, muitas ações de empresas brasileiras apresentam preços atrativos neste momento. A alta exposição ao mercado de commodities também configura-se como um atrativo para os investidores estrangeiros, uma vez que o preço do petróleo e de matérias-primas básicas do setor alimentício tendem a se valorizar com os desequilíbrios que a guerra deve impor especialmente ao setor energético europeu, até então excessivamente dependente da Rússia.

Com isso, embora o Ibovespa tenha ficado bem abaixo do bitcoin em fevereiro, fechou o mês com alta de 0,89%. Desde o início do ano o índice da bolsa brasileira acumula ganhos de 11,26%. Um desempenho superior, inclusive, ao do Bitcoin, que desde o começo do ano desvalorizou-se em aproximadamente 7,5%.

Outro fator que tem atraído o capital estrangeiro ao país é a taxa Selic elevada, beneficiando a captação de instrumentos de renda fixa. Os títulos prefixados tiveram desempenho positivo no mês, abaixo apenas do Bitcoin e do ouro.

Enquanto isso, o Banco Central anunciou novas medidas e parcerias com vistas à implementação do Real Digital. A exchange Mercado Bitcoin, o protocolo DeFi Aave e a Consensys, empresa vinculada à Ethereum Foundation, vão atuar em conjunto com a instituição para desenvolver a CBDC (moeda digital de banco central) brasileira, cujos testes preliminares devem ocorrer ainda este ano.

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