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Banco Morgan Stanley coloca ETF brasileiro em lista de principais fundos de criptoativos do mundo

Criado pela gestora Hashdex, HASH11 possui a terceira maior entrada de capital em 2022 entre os maiores ETFs de cripto do mundo, totalizando US$ 95 milhões

Morgan Stanley afirma que existem atualmente mais de 180 ETFs ligados a criptoativos (Liliya Filakhtova/Getty Images)

Morgan Stanley afirma que existem atualmente mais de 180 ETFs ligados a criptoativos (Liliya Filakhtova/Getty Images)

O banco norte-americano Morgan Stanley incluiu o ETF brasileiro HASH11 em um levantamento dos principais fundos negociados em bolsas de valores que são ligados a criptoativos e oferecidos em diferentes mercados ao redor do mundo. A lista do gigante financeiro considera o volume de capital aportado em cada ETF.

De acordo com os dados divulgados pelo banco na quinta-feira, 6, o fundo brasileiro teve o terceiro maior fluxo de entrada de capital em 2022 até agora, somando US$ 95 milhões (cerca de R$ 500 milhões). Ele fica atrás apenas do BITO, oferecido pela ProShares, com US$ 194 milhões, e do ETHH.U, da Purpose, com US$ 216 milhões.

Com o resultado, o HASH11 fica à frente de outros ETFs conhecidos, com o BITC, da CoinShares (US$ 42 milhões) e o ABTC, da Amun (US$ 39 milhões).

(Mynt)

No relatório, o Morgan Stanley afirma que existem atualmente mais de 180 ETFs ligados a criptoativos, e que metade desse total foi lançada depois do início do chamado "inverno cripto", um período de mercado desaquecido e tendência de queda, o que indica uma resiliência do setor.

O valor de mercado total desses ETFs caiu cerca de 70% desde o início do período de baixa, passando de US$ 84 bilhões para US$ 24 bilhões.

Para o banco, a vantagem dos ETFs é que "investidores institucionais e de varejo podem usar os produtos para obter exposição aos preços das criptomoedas sem ter que manter e armazenar o ativo subjacente".

O levantamento do Morgan Stanley ressalta ainda que a maioria desses ETFs está registrada fora dos Estados Unidos, um fato que ele atribui às regulações restritas da Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC, que liberou em 2021 apenas fundos ligados a contratos futuros de bitcoin.

Cerca de 95% da exposição dos ETFs está concentrada no bitcoin e no ether, segundo os dados, com 38 empresas emissoras desses fundos e quase um quarto deles registrados na Suíça.

Além da exposição aos criptoativos, o Morgan Stanley destaca um aumento no número de ETFs expostos a empresas ligadas ao setor, assim como a tecnologias como o blockchain e o metaverso.

"O ciclo de cripto de 2020 a 2022 viu a introdução de novos produtos para investidores institucionais obterem acesso às criptomoedas", afirma o banco.

Regulação e perspectivas para os ETFs

Em termos de regulação, o Morgan Stanley acredita que "até que uma estrutura para regulamentação de criptomoedas seja estabelecida nos EUA, a SEC provavelmente continuará a rejeitar outros pedidos para lançar um ETF baseado em bitcoin, preferindo permitir apenas produtos que compram futuros de bitcoin ou outras criptomoedas".

Para o banco, a liderança da Suíça no setor está ligada a um pioneirismo na regulamentação de criptomoedas, atraindo empresas do setor para lançarem seus produtos, como os ETFs. Além do país, o relatório destaca ainda permissões regulatórias no Canadá, Alemanha, Austrália e Brasil.

No caso brasileiro, dados da Hashdex apontam que o HASH11 soma mais de R$ 1 bilhão em ativos sob gestão e é o segundo maior ETF no ranking geral da bolsa de valores do Brasil em número de cotistas, mais de 150 mil. Em primeiro lugar está o IVVB11, que replica o S&P500.

Lançado em 2021, o HASH11 acompanha as variações do Nasdaq Crypto Index, o NCI, um índice que busca refletir os movimentos no mercado de criptoativos.

Em entrevista à EXAME, o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, afirmou que mercado de criptomoedas ainda é emergente, o que representa uma oportunidade de investimento mesmo com um contexto atual desafiador.

A tendência, na visão do Morgan Stanley, é que o mercado de produtos cripto continue a crescer. "Nos próximos trimestres, esperamos mais lançamentos de ETFs criptos em todo o mundo. O foco vai permanecer no bitcoin, mas provavelmente novos produtos lançados cobrirão um grande número de criptomoedas".

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