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Atualização da Ethereum é “maior esforço de descarbonização da história”, diz cofundador

“The Merge”, atualização que muda mecanismo de validação de transações na Ethereum e abandona mineração, prevê redução de até 99,9% no consumo energia e emissões de carbono

Ethereum passou por atualização que mudou mecanismo de consenso da rede (Getty/Getty Images)

Ethereum passou por atualização que mudou mecanismo de consenso da rede (Getty/Getty Images)

Concluída na última quinta-feira, 15, uma importante atualização na Ethereum poderá ter impactos maiores do que o esperado na preservação do meio ambiente. De acordo com os criadores da rede, a mudança reduz o consumo mundial de energia em 0,2% e protagoniza “um dos maiores esforços de descarbonização da história”.

O russo-canadense Vitalik Buterin criou a Ethereum em 2014 e, desde então a rede evoluiu para se tornar o segundo maior blockchain do mundo, com um valor de mercado de US$ 173,8 bilhões, segundo dados do CoinMarketCap.

(Mynt/Divulgação)

Do momento de sua criação até o dia 15 de setembro de 2022, a Ethereum utilizou o mecanismo da prova de trabalho para validar suas transações, o que requer um procedimento chamado de mineração.

Com o crescimento da adoção das criptomoedas ao longo dos anos, fez-se necessário o uso de equipamentos específicos chamados de GPU, ou seja, computadores que gastam uma quantidade significativa de energia. Isso fez com que ambientalistas em todo o mundo se posicionassem contra as criptomoedas.

No entanto, outros modelos foram criados, como a prova de participação (PoS), adotada recentemente pela rede em um dos maiores eventos da história das criptomoedas. Conhecia como “The Merge”, uma atualização na Ethereum foi responsável por modificar a forma como as transações são validadas na rede e deixar a mineração no passado. Agora, a economia no consumo de energia pode chegar a 99,9%.

Na prática, isso significa que a Ethereum vai liberar menos dióxido de carbono (CO2) no meio ambiente que algumas residências nos Estados Unidos durante um ano inteiro de uso de eletricidade. É o que apontam os dados de um novo relatório do Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI).

Antes de sua transição para o modelo mais ecológico, uma única transação na rede Ethereum usava 200,05 quilowatts-hora (kWh) de eletricidade, comparável ao consumo médio de uma residência nos EUA em 6,7 dias, de acordo com estimativas do CCRI

“Estamos muito satisfeitos por ter encomendado este relatório do CCRI, que comprova o impacto da The Merge como provavelmente o maior esforço de descarbonização de qualquer setor na história”, disse Joseph Lubin ao CoinDesk. Lubin também cofundou a Ethereum ao lado de Vitalik Buterin, apesar de hoje comandar a ConsenSys. Trata-se de uma empresa especializada em software para blockchain responsável pela MetaMask, maior carteira de criptomoedas do mundo, que recentemente anunciou sua integração ao Pix.

Após a atualização da Ethereum, a grande maioria das principais criptomoedas no top 10 em valor de mercado não utiliza a mineração para validar suas transações no blockchain, exceto o bitcoin.

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