(Andriy Onufriyenko/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2022 às 11h02.
Nos dias 5 e 6 de outubro ocorreu a Blockchain Expo North America no Vale do Silício – Califórnia. A conferência é voltada para os setores de inovação e tecnologia blockchain. O evento contou com a participação de mais de 250 palestrantes especialistas do cenário cripto/blockchain como David Uhryniak, Diretor de Estratégia de Blockchain da Tron; Nianh O’Connell, Gerente Senior de Desenvolvimento de Negócios da CasperLabs; e Alex Marquez Head da Experian Ventures, apresentando conteúdos de alto nível sobre inovação nos negócios, desenvolvimento de ecossistemas, finanças descentralizadas, criptomoedas e tokenização de ativos reais.
Gostaria de agradecer a toda a organização do evento por me convidar para moderar os painéis sobre “A Privacidade do Blockchain” e “O Futuro dos Ativos Digitais” e, principalmente, pelo convite para ser o presidente da seção de Ativos Digitais & Tokenização, onde tive a oportunidade de abrir todas as discussões do dia, além de palestrar sobre “Blockchain para Ativos Ambientais” com foco em tokenização de créditos de carbono.
Alex Nascimento – palestra de abertura do segundo dia do evento Blockchain Expo 2022 -Vale do Silício - Califórnia
O tema sobre tokenização de ativos ambientais tem ganhado grande destaque no cenário cripto/blockchain mundial, visto que, desenvolvedores e usuários têm demonstrado grande preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.
Isso é resultado da preocupação da indústria com gastos de energia necessário para realizar a mineração de criptomoedas, bem como, o episódio da mudança do protocolo da blockchain Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS).
Os ativos ambientais (licenças & certificações) destinados a reduzir ou prevenir a poluição e outras questões ambientais são investimentos disponibilizados por empresas com o objetivo de preservar, controlar ou mitigar os possíveis impactos causados por suas ações no meio ambiente.
A tecnologia blockchain traz para o mercado de ativos ambientais a inovação da digitalização destes certificados de créditos de carbono, que podem através de bases de dados decentralizados serem rastreados e vinculados de forma transparente a projetos de reflorestamento, preservação da biodiversidade e programas de compensação de carbono.
Os créditos de carbono tokenizados emitidos por projetos de preservação ambiental trazem muita eficiência para o mercado de créditos de carbono porque possibilitam que cada estágio da certificação do crédito seja feito “on-chain” proporcionando transparência e imutabilidade aos créditos de carbono negociados mundialmente.
Essa inovação também melhora o processo de validação da redução e compensação das emissões de dióxido de carbono da atmosfera. Assim incentivando e recompensando projetos que visam preservar florestas, construir parques eólicos ou solares e capturar gás metano, por exemplo.
O mercado de carbono surgiu em 1997, com a assinatura do Protocolo de Kyoto, que definiu os créditos de carbono como forma de compensar as emissões de dióxido de carbono pelos países, a fim de atingir os limites pré-estabelecidos pela Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC).
Segundo a Reuters, o valor do mercado global de carbono cresceu 164%, atingindo US$ 851 bilhões no ano passado. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou um preço médio global para carbono de US$ 75 por tonelada até o final da década, hoje precificado muito abaixo desde valor e, portanto, trazendo grande potencial de lucro para investidores.
Estes números despertaram a atenção do mercado, surgindo empresas como a Global Environmental Asset Platform – GEAP, uma plataforma negociação e transação digital, projetada para negociar ativos ambientais de forma tokenizada.
Em parceria com a Celo, protocolo de blockchain desenvolvido pela Celo Foundation com foco no meio ambiente, a GEAP lança ativos ambientais tokenizados e originados no Brasil capazes de realinhar o valor ambiental e econômico do Brasil no mundo. Recentemente, a Celo junto com Climate Colective anunciou subsidiar um investimento na GEAP, para criar uma conectividade incontestável com o mercado de consumo de varejo através do cReal (Celo Real), uma stablecoin que hoje é aceita em todas as maquininhas da gigante Cielo por todo o Brasil. Portanto, fornecendo maior liquidez para o mercado de créditos de carbono e ativos ambientais.
Outras empresas que estão focando recursos neste mercado como a CasperLabs, Tron e Digishares, também estiveram presentes na Blockchain Expo apresentando suas soluções inovadoras para a utilização da tecnologia blockchain para o meio ambiente.
A medida que o mercado cripto/financeiro se torna mais consciente do meio ambiente, investidores ganham mais uma opção de investimento para diversificar seu portfólio, e desta vez, através de um produto consciente e sustentável com os ativos ambientais tokenizados.
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