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Artistas digitais defendem que NFTs ampliam oportunidades: 'valorizam a arte e a autoria'

Registrados em blockchain, tokens não fungíveis garantem a exclusividade e autenticidade de obras de arte digital, que chegam a valer milhões de dólares

Everydays: the First 5000 Days, do artista Beeple: vendida por 69 milhões de dólares (Bord Ape Yacht Club/Reprodução)

Everydays: the First 5000 Days, do artista Beeple: vendida por 69 milhões de dólares (Bord Ape Yacht Club/Reprodução)

Com o surgimento e a expansão do mercado de tokens não fungíveis (NFTs), novas portas foram abertas para profissionais do setor artístico. Nos últimos anos, obras de arte digital registradas em blockchain movimentaram quantias milionárias, ganhando o reconhecimento de instituições tradicionais, como as casas de leilão Sotheby’s e Christie’s.

De acordo com a consultoria alemã Statista, desde o ano passado o Brasil é o segundo país do mundo no ranking global de pessoas que possuem um NFT. Com cerca de 5 milhões de usuários, o país fica atrás apenas da Tailândia. Estes números mostram que os NFTs, além do retorno financeiro, servem como uma espécie de “vitrine” para artistas, graças ao seu alcance global.

“Os artistas estão sempre à procura de novas possibilidades para expor o próprio trabalho. Os NFTs abrem portas que antes não existiam para artistas de mídias diversas, designers e pessoas que trabalham com efeitos especiais. Ao colocar uma obra no mercado digital, o mundo todo pode ter acesso a ela, não se restringindo a uma visita física em galerias, por exemplo. Por se tratar de um produto novo, quanto maior a criatividade, maior o apelo”, afirmou Sylmara Multini, CEO do International Digital Group.

(Mynt/Divulgação)

A empresa de Sylmara desenvolve tokens não fungíveis e trabalha diretamente na união de artistas digitais com este mercado, ainda em sua fase inicial. Neste sentido, artistas responsáveis por coleções como a de cards colecionáveis de ídolos do futebol brasileiro, opinam sobre o papel dos NFTs no desenvolvimento de sua carreira.

Will Rios é um deles. Vencedor da terceira edição do concurso “Manto da Massa”, projeto desenvolvido pelo Atlético-MG para a criação de uma nova camisa, o ilustrador participou da criação de uma coleção especial de NFTs para o atacante Richarlison, da Seleção Brasileira, e para o ex-jogador Reinaldo, ídolo do Galo, ambas em parceria com o International Digital Group (IDG).

“Os processos têm sido ótimos. Tudo ficou mais especial por serem projetos de ícones e referências no esporte, que exigiram estudo e conhecimentos mais aprofundados sobre cada um. O resultado veio de um processo fluido e bem orgânico, além da liberdade para brainstorming com a equipe e o tempo de produção estabelecido para criarmos uma coleção de qualidade”, afirmou Will.

Já Daniel Resende, defende a valorização da arte e a autoria de seus trabalhos artísticos.

“Trabalhar com NFTs significa valorizar a arte e a autoria dos conteúdos. Como artista, vejo nos tokens uma maneira de proteger meu trabalho, impossibilitando que roubem ou copiem algo criado por mim. Além disso, o mercado de NFTs pode explorar uma maior interação direta com o consumidor, pois muitas pessoas ainda não entendem ou sabem o significado desses ativos”, afirmou.

Resende participou dos dois projetos pela IDG ao lado de Will Rios. O artista destaca a importância de oportunidades que vão além das ilustrações comuns. Experiências como o desenvolvimento de cards interativos podem abrir novos horizontes profissionais, disse.

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