Preço-alvo para a ação da corretora de criptomoedas caiu de US$ 75 para US$ 36 (NurPhoto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 11h44.
Os analistas da Cowen decidiram rebaixar as ações da Coinbase, uma das principais corretoras de criptomoedas do mercado, citando uma falta de clareza sobre a capacidade da empresa de recuperar seu volume de negociação desde a falência da FTX, outra exchange.
Com o rebaixamento, os papéis da empresa passaram da categoria de "performance acima do resto do mercado" para "performance em linha com o mercado". Além disso, o preço-alvo para a ação caiu de US$ 75 para US$ 36, em linha com a performance recente do ativo.
Os analistas consideram que a falência da FTX deve fazer com que o setor de criptomoedas seja alvo de regulamentações mais duras, além de um escrutínio maior da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, as quedas nas cotações de criptoativos devem continuar afetando os volumes de negociação.
"Os negócios da Coinbase estão significativamente correlacionados com os preços dos criptoativos, volumes de negociação e volatilidade. Os volumes mensais de negociação da Coinbase tiveram uma redução bastante consistente a cada mês subsequente desde novembro de 2021", destacam os analistas em relatório.
Eles observam que "permanece baixa a possibilidade de uma estabilização ou recuperação nos volumes de negociação de varejo em 2023, dado o cenário macro e os riscos de contágio com a FTX nos preços das criptomoedas”.
Ao longo de 2022, as ações da Coinbase tiveram uma queda de cerca de 84%, indo de US$ 232 para US$ 37,70. O valor também está distante do pico atingindo pelo papel, de US$ 325,42 em outubro de 2021, e representou uma mínima histórica.
Já nesta quinta-feira, 5, as ações operam em queda de 8,36% nas negociações da bolsa de Nasdaq por volta das 11h30, cotadas a US$ 34,55. Na véspera, a empresa anunciou que fechou um acordo com a Justiça norte-americana sobre aparentes violações nas leis do país contra lavagem de dinheiro.
Com isso, ela precisara pagar uma multa de US$ 50 milhões (R$ 272 milhões, na cotação atual) para o país e também investir outros US$ 50 milhões para ampliar seu programa de compliance, que buscará evitar que traficantes de drogas, vendedores de pornografia infantil e outros criminosos consigam abrir contas na corretora de criptomoedas.
Em nota, a Coinbase disse que "levou as preocupações das autoridades a sério e realizou ações substanciais para abordar essas falhas históricas". Para a empresa, o acordo é um "passo essencial no comprometimento de melhora contínua, engajamento com reguladores e esforço para aumentar o compliance no mundo das criptomoedas".
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