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‘Altcoins’: o que são e por que você deve investir nelas

Criptomoedas alternativas ao bitcoin estão descontadas e podem fazer novos milionários no próximo ciclo de alta. Entenda os tipos de altcoins do mercado e por que você deve começar a acumular agora

Uni é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

Uni é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 5 de novembro de 2023 às 11h00.

O bitcoin já acumula uma alta de 100% em 2023, com a dominância da moeda subindo para 53% neste início de novembro.

Esta porcentagem de dominância significa que a participação atual do bitcoin no valor total de mercado cripto é mais da metade. Isso evidencia que as criptomoedas alternativas ao bitcoin, classificadas como altcoins, estão perdendo força diante dele.

Ler e entender um indicador como esse é importante para que o investidor consiga tomar decisões mais respaldadas.

Quem quiser ir treinando o olhar para esse tipo de análise, considerando que podemos ver um ciclo de alta em breve, pode buscar os gráficos na internet. O gráfico da dominância é facilmente encontrado no Trading View como “BTC.D”.

Outro gráfico interessante é o Altcoin Season Index (foto), que mostra a performance das altcoins em relação ao bitcoin.

É considerada uma Temporada de Altcoins, Altcoin Season ou AltSeason quando 75% das 50 principais moedas tiverem um desempenho superior ao bitcoin nos últimos 90 dias (não consideradas no gráfico stablecoins nem tokens lastreados em ativos, como WBTC, stETH, etc..).

Como vemos acima, o marcador atualmente está posicionado em 16% no momento em que escrevo, portanto muito abaixo dos 75% necessários para estarmos, de fato, em uma “altseason”.

Você deve estar se perguntando: por que, então, estamos falando de altcoins neste momento se elas estão fracas em relação ao bitcoin?  

Exatamente por isso.

Porque é hora de aproveitar essa fragilidade, ou seja, o momento em que as altcoins estão muito descontadas, para acumular para o próximo ciclo de alta.  

Uma Temporada de Altcoins pode fazer muitos milionários.

Eu mesmo estou conduzindo um experimento com os meus alunos para atestar esse movimento: acumulando RS$ 100 mil em uma carteira para, durante o bull market, transformá-la em R$ 1 milhão com a valorização dos ativos contidos nela.

Sim, estou fazendo isso agora, porque não adianta chegar no meio de um mercado de alta e começar a comprar quando o preço já está nas alturas.

Quem entende os ciclos sabe: “Compre ao som de canhões, venda ao som de trombetas”. Essa frase é atribuída ao financista Nathan Rothschild e dizem que foi cunhada em 1810. Imaginem que, naquela época, ele já sabia das coisas. Então, por que, mais de cem anos depois, vamos continuar agindo errado?

Não faz sentido, certo? Mas sempre é tempo de aprender. O ano de 2024 está batendo à porta e promete ser quente para os investidores. Até lá, avalie o mercado, estude as criptomoedas e acumule as que identificar como promissoras.  

O estudo das altcoins deve incluir compreender seus tipos e funcionalidades.  

Tipos de altcoins

Stablecoins

Stablecoins são altcoins criadas com o intuito de proteger os investidores das grandes oscilações de preço típicas das criptomoedas.

A ideia é que essas moedas não sejam afetadas pelas condições de mercado,ou seja, permaneçam estáveis, mantendo o seu valor constante.

As mais populares são as stablecoins vinculadas a moedas fiduciárias, como o dólar americano, o euro, o iene, o real, etc… Existem também aquelas pareadas com commodities, como o ouro, caso da Pax Gold, emitida pela Paxos.

A stablecoin de maior valor de mercado é o USDT, emitido pela Tether, pareada 1:1 com o dólar americano. Isso significa que 1 USDT deve valer sempre US$ 1. No entanto, na prática, ainda existem riscos associados às stablecoins, que podem perder essa paridade por diversos motivos, que vão desde problemas internos do protocolo até regulamentação.  

As stablecoins são muito úteis. Como têm um valor constante, os usuários podem usá-las para proteger seu portfólio. Elas servem aos traders para fazer negociações nas exchanges em pares com outras criptos, podem ser negociadas e transferidas 24/7, retira terceiros dos processos, eliminando a burocracia, e ainda deixa o detentor exposto ao ativo a que a stablecoin está atrelada, como o ouro ou uma moeda de outro país.  

Para se ter uma ideia, no Brasil, as negociações de USDT já ultrapassam a de bitcoin.

• Altcoins de utilidade

São chamadas também de utility tokens ou tokens de utilidade. Como diz o nome, são projetadas para que os usuários a utilizem em atividades dentro de um ecossistema, indo além de um instrumento monetário direto.

Elas permitem acesso a produtos e serviços nas blockchains compatíveis. Algumas altcoins acumulam ainda a função de permitir aos usuários tomar decisões sobre o futuro de um projeto cripto, funcionando como tokens de governança.    

A altcoin de utilidade mais popular do mercado é o Ether, cripto nativa da rede Ethereum. Qualquer atividade que o usuário quiser fazer dentro desta blockchain vai requerer, obrigatoriamente, a criptomoeda Ether para realizá-la.  

Quem é gamer deve estar familiarizado com a altcoin AXS, que funciona dentro do famoso ecossistema de jogos Axie Infinity.

Antes de investir, é importante descobrir os benefícios associados à posse de um token de utilidade do projeto que o emite.

• Security tokens

Security são ativos negociáveis, veículos de investimento como ações de uma empresa, por exemplo. A plataforma ou protocolo emissor concede aos detentores de seus security tokens uma porcentagem de propriedade.

Securities são instrumentos usados frequentemente por empresas e por governos para captar recursos. Assim, em geral, os investidores recebem juros em cima de seu capital, dividendos ou uma parcela do lucro da empresa/projeto financiado.

Quando esse processo é tokenizado, ou seja, realizado por meio da blockchain, nascem os security tokens.

Os requisitos para emissão desses tokens são mais rigorosos, pois são considerados valores mobiliários financeiros e geralmente supervisionados pela autoridade financeira reguladora de um país.

• Memecoins

Memecoins são uma espécie de altcoin de oportunidade. Elas são geradas sem nenhum grande propósito e podem surgir do dia para a noite com base em algum acontecimento quente no momento ou em memes da internet.

Um exemplo bastante atual é a Pepecoin (PEPE), inspirada em uma piada da internet protagonizada por um personagem verde com cabeça de sapo e corpo humanoide, saído dos quadrinhos. Segundo estimativas, a moeda se valorizou 50 mil vezes desde a sua criação.

Geralmente, as memecoins não são projetadas para ter valor ou utilidade. Por outro lado, podem contar com uma comunidade bastante forte e atuante, que consegue mantê-la em evidência durante algum tempo. Exemplos mais longevos de memecoins são a Dogecoin e Shiba Inu, ambas ganharam fama na cola de seu mais célebre defensor, o bilionário Elon Musk.  

• Altcoins de privacidade

As operações realizadas com criptomoedas são registradas em blockchain, onde ficam visíveis publicamente, garantindo, assim, a transparência e a veracidade de tudo o que está sendo feito.

Essas transações ficam vinculadas às chaves públicas dos usuários, sequências de caracteres criadas para proteger a identidade dos negociadores, com foco no aumento da privacidade.

No entanto, não é impossível descobrir quem são esses negociadores. É aí que entram as altcoins de privacidade.

Essas altcoins desenvolveram funcionalidades que promovem uma camada extra de proteção à anonimidade do usuário, incluindo técnicas como endereço stealth, coinjoin e os zk-SNARKs, um tipo muito usado de prova de conhecimento zero.

Altcoins de pagamento

A primeira cripto do mundo surgiu com a funcionalidade de pagamento.

Algumas moedas alternativas ao bitcoin têm o mesmo papel, o de permitir aos usuários realizar transações mais baratas e mais rápidas, a qualquer hora de qualquer dia, ou adquirir bens e serviços por via digital sem depender de um banco tradicional ou qualquer intermediário para isso.  

A ausência de terceiros no processo garante mais segurança, menos burocracia e menos custos para as operações na comparação com os métodos tradicionais.  

Litecoin (LTC) e Bitcoin Cash (BCH) são alguns exemplos.

O que fazer agora

Apresentei nesta coluna algumas categorias de altcoins que você vai encontrar quando fizer a sua própria pesquisa.

Sabemos que o momento é de acumular. Altcoins promissoras estão sendo negociadas por preços muito abaixo do valor que geram e ainda podem gerar ao ecossistema cripto.

Estude, selecione as altcoins que considere relevantes e comece a fazer o DCA (Dollar-Cost Averaging), estratégia de aportes em intervalos regulares. Já fiz uma coluna sobre o método.

Se o ciclo de alta vier mesmo em 2024 - e ele vem!, você não vai se arrepender.

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