GENOA, GE - JANUARY 24: Referee Orsato after seeing the VAR assigns the penalty to Sampdoria during the Serie A match between UC Sampdoria and AS Roma on January 24, 2018 in Genoa, Italy. (Photo by Paolo Rattini/Getty Images) (Paolo Rattini/Getty Images)
André Martins
Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 14h47.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2023 às 14h48.
A International Board (IFAB), entidade que regula as regras do futebol, divulgou que o Mundial de Clubes de 2023, programado para começar em 1 de fevereiro, marcará a estreia das decisões do VAR comunicadas por meio do microfone do árbitro. Apesar de ser novidade no futebol, o recurso é um velho conhecido de outros esportes, já consolidado em outras modalidades e em grandes ligas no mundo.
Os casos mais conhecidos estão nas ligas americanas. Na NBA, os árbitros anunciam as decisões tomadas nos desafios após revisões de jogadas. Na NFL e NHL, campeonatos de futebol americano e hóquei no gelo nos Estados Unidos, as faltas - também chamadas de penalidades - são comunicadas pelo microfone do árbitro principal, além das jogadas que vão para revisão como na NBA.
Embora o mecanismo tenha inspiração na transparência utilizada nos esportes americanos, o ato de comunicar as decisões via microfone representa uma inovação para o futebol. A transformação do setor por meio de novas fórmulas e tecnologias é defendida por Fernando Patara, cofundador e Head de Inovação do Arena Hub:
“Ao trazer mais clareza para as decisões, todo o ecossistema do futebol sai ganhando. Com as inovações, o esporte torna-se muito mais atrativo e propenso a gerar mais receitas e sustentar novas audiências. É fundamental que os novos recursos sejam implementados no futebol, pois a transformação neste esporte está diretamente relacionada com criação e execução de ferramentas inovadoras”, o Arena Hub é um grupo especializado em inovação que, recentemente, lançou o Movimento Inova Esporte.
Armênio Neto, especialista em novos negócios do esporte, entende como positivas as mudanças para o evento. "Toda mudança provoca sobressaltos e com o VAR não é diferente. A melhor comunicação das decisões para o evento ao vivo era algo urgente, assim como a melhor capacitação dos árbitros. Porque, no final do dia, estamos falando de elementos que interferem diretamente na qualidade do produto"
Principal competição de futebol, a Copa do Mundo da FIFA, finalizada no Catar em dezembro do ano passado, manteve o papel de implementar e impulsionar novas tecnologias. A bola da vez foi o impedimento semiautomático, com a finalidade de diminuir possíveis erros de revisão pelo árbitro de vídeo. No mundial de seleções no Brasil, em 2014, por exemplo, foi inaugurado o Goal-Line Technology, com o objetivo de validar o gol caso a bola ultrapasse por completo a linha da baliza.
O anúncio das decisões do VAR via microfone mostra que o futebol está de olho em inovações de outros esportes, adaptando-as para o próprio contexto. Além da inspiração nos esportes americanos, o voleibol e o tênis, com os sistemas de desafios, criaram referências para o futebol tirar como base e, principalmente, inovar o jogo pelo uso de novas tecnologias.
“O esporte como um todo necessita da inovação para continuar se desenvolvendo. Este mercado, com diversos nichos entre si, possui diversos caminhos a serem explorados, seja por entidades esportivas, startups ou projetos sociais, sempre prezando pela transformação. Por isso, a chegada de ferramentas que influenciam em aspectos do jogo, da audiência e do produto, é crucial para a evolução das modalidades”, completa Fernando Patara.