Cartão de crédito de OJ Simpson está à venda em um leilão online, e lances já ultrapassam R$ 1.500
Ex-ídolo do futebol americano e ator morreu no último dia 10 de abril, aos 76 anos, em decorrência de um câncer. Ele protagonizou o julgamento mais polêmico da história dos EUA
Agência de notícias
Publicado em 21 de abril de 2024 às 15h36.
Um cartão de crédito expirado do ex-ídolo do futebol americano e ator morto no último dia 10 de abril, O.J. Simpson , está à venda em um leilão online, e os lances já ultrapassam R$ 1.500. Protagonista do julgamento mais polêmico da história dos EUA, O.J. morreu aos 76 anos, em decorrência de um câncer.
"É apresentado um cartão de crédito empresarial Visa do Bank of America originalmente emitido para o ex-jogador O.J. Simpson [...]. O cartão em si apresenta leve desgaste periférico e pequenos pontos de leve descoloração. A seção de assinatura autorizada no verso não foi assinada e o cartão expirou em janeiro de 2023", diz a descrição do item na plataforma de leilões online Goldin.
De acordo com o portal TMZ, o colecionador e amante dos esportes Jonathan Lepore comprou o item no último ano, na plataforma de compras eBay, por aproximadamente R$ 364. Ele pretendia presentear o pai (amigo de O.J. na década de 1980) com o cartão, mas, depois da morte do ex-jogador, decidiu vendê-lo.
Até o momento, já foram feitos 39 lances no cartão de O.J. Simpson. O leilão está previsto para terminar na próxima quinta-feira, dia 25 de abril.
Relembre o julgamento mais polêmico da história dos EUA
Em 1994, durante uma hora e meia, mais de 90 milhões de espectadores acompanharam por câmeras instaladas em helicópteros as imagens de um carro tipo furgão tentando escapar de uma espetacular perseguição da polícia de Los Angeles, EUA. No carro em fuga estava O.J. Simpson, na época com 47 anos, ex-ídolo do futebol americano que também se aventurara como ator coadjuvante em alguns filmes de Hollywood e em shows da TV. Suspeito de ter assassinado a facadas a segunda ex-mulher, Nicole Brown, e o amigo dela Ronald Goldman, no dia 13 de junho, Simpson acabou se entregando à polícia após negociações.
O crime gerou grande debate no país não apenas pela violência e pela celebridade do acusado, mas pelo fato de ele ser negro e rico; e as vítimas, brancas. Divorciado da primeira mulher, negra, com a qual tivera dois filhos, Simpson se casara, em 1985, com a modelo branca Nicole Brown, com quem teve outros dois filhos. Os antecedentes do ex-jogador não ajudavam sua defesa: ciumento e agressivo, ele havia sido preso cinco anos antes do crime por repetidas brutalidades contra Nicole. O casal estava separado desde 1992.
No inquérito foram reunidos diversos indícios de culpa de O.J. Simpson, mas advogados hábeis e um juiz da Califórnia conseguiram que o corpo de jurados de maioria negra, exposto a argumentos de teor racista, declarasse o réu inocente, em 3 de outubro de 1995. Nenhum outro julgamento por crime de morte nos EUA teve tanto público: brancos o consideravam culpado e negros, inocente.
Em 1997, porém, uma ação civil o condenou a pagar a parentes das vítimas indenizações de US$ 8,5 milhões. Menos de uma semana depois, foi condenado em mais um processo civil a pagar US$ 25 milhões por danos e prejuízos causados às famílias de Nicole Brown e Ronald Goldman. Comunidades negras protestaram contra as sentenças. Desde então, o ex-milionário passou a enfrentar problemas financeiros. Para pagar as indenizações, leiloou, em fevereiro de 1999, troféus e outros objetos, mas o resultado foi decepcionante: arrecadou só US$ 430 mil.
Na década seguinte, em 16 de setembro de 2007, o ex-astro do futebol americano e ex-ator voltou a enfrentar problemas, após ser preso em Las Vegas, sendo depois acusado de crimes como assalto à mão armada, sequestro e formação de quadrilha. Aos 61 anos, no dia 4 de outubro de 2008, ele foi considerado culpado de 12 acusações por um tribunal do Estado de Nevada. Julgado culpado por ter roubado peças esportivas de colecionadores e os mantido presos dentro de um quarto de hotel de Las vegas, Simpson foi condenado a um total de 33 anos de prisão.
No início de 2017, "O.J.: Made in America", com 7 horas e 47 minutos de duração, conquistou o Oscar. O filme, que superou "Guerra e Paz" (1969), com 7 horas e 7 minutos, é uma produção da rede de TV americana ESPN sobre a trajetória do ídolo de futebol americano. O documentário foi exibido como uma série televisiva, mas também teve lançamento no cinema, para que pudesse ser elegível ao Oscar.
Poucos meses depois, em 20 de julho de 2017, uma comissão do Centro de Detenção de Lovelock, do Estado de Nevada, concedeu liberdade condicional ao ex-estrela de futebol americano, aos 70 anos. Ele deixou a penitenciária de Lovelock, em Nevada, em outubro de 2017, após nove anos preso.