Tradings de commodities agrícolas dos EUA apostam no diesel verde
As maiores tradings de commodities agrícolas do mundo se preparam para lucrar com o boom do setor de diesel renovável nos Estados Unidos.
Com a agenda verde do presidente dos EUA, Joe Biden, a Cargill decidiu investir US$ 475 milhões para aumentar a capacidade de processamento de soja, essencial para a produção do óleo de cozinha usado no diesel renovável. As rivais Archer-Daniels-Midland e Bunge trabalham para tornar as usinas mais eficientes, e a Andersons planeja uma mesa para negociar matérias-primas para o combustível verde.
As tradings miram o crescimento do mercado quando refinarias americanas, como Phillips 66, Marathon Petroleum, HollyFrontier e Valero Energy, apostam na onda do diesel verde.
O diesel renovável é feito a partir de biomassa com as mesmas propriedades do combustível fóssil e deve se beneficiar da agenda climática do presidente Biden, que sinaliza redução do uso de combustíveis fósseis.
Embora muitas refinarias busquem produzi-lo a partir do óleo de cozinha descartado ou gorduras animais, precisarão recorrer aos óleos vegetais tradicionais de culturas como milho e soja para atender à demanda.
“Achamos que será um grande mercado”, disse Pat Bowe, CEO da Andersons. “É um fator de demanda realmente importante para o complexo de gorduras e óleos que não víamos há muito tempo.”
O aumento da demanda ocorre no momento em que restaurantes começam a reabrir nos EUA, aumentando a demanda por óleo de cozinha.
O movimento nas estradas também se recupera para níveis pré-pandemia. Isso aumentou a concorrência com a indústria de alimentos, que usa os óleos em tudo, desde Nutella - que contém óleo de palma - até hambúrgueres à base de vegetais, muitos dos quais utilizam óleo de soja como ingrediente principal.