Sustentabilidade empresarial: o que é, como e por que adotar
Aliada a boas práticas ESG, a sustentabilidade empresarial tem sido cada vez mais exigida por clientes, investidores e funcionários como uma estratégia de negócio
Tatiane Gonsales
Publicado em 3 de maio de 2021 às 17h13.
Última atualização em 7 de junho de 2021 às 11h32.
Escândalos e descasos ambientais e sociais têm refletido diretamente no valor de ações e no prestígio de grandes marcas em todo o mundo. Diante disso, há uma cobrança cada vez maior por sustentabilidade empresarial nas companhias, tanto de clientes, funcionários, investidores e instituições financeiras.
Head de ESG da EXAME Invest Pro, Renata Faber afirma que “entidades sem boas práticas de sustentabilidade empresarial têm maiores dificuldades para atrair e reter clientes, vender seus produtos e se relacionar com investidores”. Como consequência, o custo de capital (valor que a empresa precisa obter de lucro para que o negócio se pague) será maior.
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O que é sustentabilidade empresarial
Sustentabilidade empresarial é o conjunto de boas práticas que uma empresa adere com base em atitudes éticas, crescimento econômico, respeito ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável da sociedade.
Essas boas práticas estão interligadas aos princípios ESG(Environmental, Social and Governance) , que se referem aos três pilares centrais de medição de sustentabilidade e do impacto social de uma empresa ou negócio.
- E de Environmental (fatores ambientais): diz respeito ao uso de recursos naturais, iniciativas para redução de emissões de carbono e gás metano, eficiência energética, gestão de resíduos, práticas de reflorestamento, ações para diminuição da poluição, reciclagem etc.
- S de Social (fatores sociais): vínculos de trabalho, políticas internas e externas, inclusão e diversidade, engajamento e treinamentos a funcionários, direitos humanos, relações com a comunidade, proteção de dados, projetos sociais etc.
- G de Governance (fatores de governança): políticas de remuneração, estrutura de comitês, auditoria, ética, transparência, independência e diversidade em conselhos etc.
Por que aderir
Dois principais fenômenos atuais têm pressionado a adesão pela sustentabilidade empresarial.
Primeiramente, existe o fenômeno ambiental: as mudanças climáticas causadas pelo aumento constante na queima de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão, gás natural). Essa queima eleva o nível de carbono na atmosfera—o que, por sua vez, aumenta a temperatura global. Como consequência temos o aumento de inundações e tsunamis, derretimento de geleiras, alterações em cadeias alimentares, tempestades tropicais, furacões, seca, ondas de calor e extinção de animais e plantas.
Ainda há o fenômeno social: os millennials e a geração Z estão mais preocupados com os impactos ao planeta em relação ao que consomem, investem e até onde trabalham. “Então não dá mais para ignorar essas gerações. As empresas precisam se adaptar”, ressalta Faber.
Vantagens da sustentabilidade empresarial
Quando aplicada, a sustentabilidade empresarial traz diversas oportunidades e melhorias à empresa do ponto de vista de inovação, crescimento, lançamento de novos produtos e relacionamento com seus fornecedores e clientes. “As empresas que têm boas práticas ESG têm resultados mais estáveis e as ações performam melhor”, comenta Renata Faber, head de ESG.
Principais vantagens em se adotar boas práticas ESG
- Diminuição dos custos de produção;
- Maior retorno em investimentos;
- Melhoria nas condições de vida do planeta;
- Maior valorização de ações na Bolsa de Valores;
- Ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo;
- Maior satisfação de colaboradores, clientes, investidores;
- Melhoria da imagem da empresa/marca na comunidade em geral;
- Melhoria em processos graças à transparência de operações e conselhos.
Exemplos de práticas sustentáveis
- Sistemas de tratamento e reúso de água;
- Racionalização do uso de água e energia elétrica;
- Reciclagem;
- Reúso de matéria-prima;
- Adoção a projetos sociais;
- Criação de projetos educacionais;
- Uso de material reciclável para confecção de embalagens e material de escritório;
- Descarte correto de resíduos químicos;
- Coleta seletiva;
- Criação de programas de inclusão e diversidade (como trainees para pessoas negras, mulheres, indígenas, idosos ou com deficiência);
- Políticas rigorosas contra trabalho infantil, escravo e esquemas de corrupção;
- Utilização de energia limpa e renovável;
- Planos de carreiras bem esclarecidos;
- Respeito às leis trabalhistas do país e direitos humanos;
- Uso de práticas de proteção física, psicológica e de dados dos funcionários;
- Conselho fiscal e administrativo bem estruturado e transparente;
- Entre outros.
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
A Bolsa de Valores brasileira (B3) criou, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Ideia pioneira na América Latina, o objetivo do índice é ser uma ferramenta de análise e comparação das empresas que mantêm ações no Ibovespa, apontando quais delas adotam as melhores práticas de sustentabilidade empresarial.
A mais recente carteira do ISE foi divulgada em dezembro de 2020, sobre o período de 4 de janeiro de 2021 a 30 de dezembro de 2021. É composta de 46 ações de 39 empresas.
Empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
- AES Tietê
- B2W
- Banco do Brasil
- BR Distribuidora
- Bradesco
- BRF
- BTG
- CCR
- Cemig
- Cielo
- Copel
- Cosan
- CPFL
- Duratex
- EDP
- EcoRodovias
- Eletrobras
- Engie
- Fleury
- GPA
- Itaú Unibanco
- Itaúsa
- Klabin
- Light
- Lojas Americanas
- Lojas Renner
- M. Dias Branco
- Marfrig
- Minerva
- Movida
- MRV
- Natura
- Neoenergia
- Petrobras
- Santander
- Suzano
- Telefônica
- TIM
- WEG
Maior evento de ESG do Brasil: sustentabilidade empresarial na teoria e na prática
Entre os dias 3 de maio e 18 de junho de 2021, acontece o maior evento sobre ESG do Brasil: “ Melhores do ESG: Repensando o valor de tudo ”, totalmente gratuito e online.
Ao todo são mais de 40 painéis de discussão sobre um mercado que movimenta cerca de US$ 30 trilhões (trinta trilhões de dólares) por ano, com grandes nomes do mercado brasileiro e global.
No dia 7 de maio, às 9h, o Melhores do ESG recebe Neca Setubal, presidente do Conselho de Administração Fundação Tide Setubal e do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresa), para o debate inédito "Educação como a base de uma sociedade mais igualitária". O painel contará ainda com a presença de Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Península, e Eduardo Mufarej, fundador da Good Karma Ventures.
Já em 19 de maio acontece o painel " Investimentos sustentáveis " a partir das 12h, com explicações deste tipo de investimentos, por que investir, importância e perspectivas de retornos.
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