Startup utiliza fungos para substituir uso de plástico e isopor na indústria
Criação da Mush consome menos água e energia, o que pode reduzir impacto ambiental de embalagens e construção civil
Repórter de ESG
Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 14h00.
Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 14h23.
Em meio ao alarmante cenário de 1,3 milhão de toneladas de plástico despejadas anualmente nos oceanos pelo Brasil, uma solução biotecnológica emerge como alternativa sustentável para substituir materiais como isopor e poliuretano.
Para enfrentar esse desafio, a startup Mush desenvolveu uma solução com base no micélio, a parte vegetativa dos fungos composta por filamentos finos chamados hifas. O material se apresenta como substituto biodegradável para plásticos sintéticos amplamente utilizados em embalagens e construção civil.
O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial de países que mais poluem com plástico, segundo relatório da ONG Oceana, impacto no meio ambiente e na vida animal.
"Os números não mentem a necessidade urgente de não só substituir ospolímerossintéticos, mas também transformar a forma como construímos e embalamos. É possível ser sustentável sem perder a eficiência", afirma Ubiratan Sá, CEO da Mush.
Redução do impacto ambiental
Enquanto isopor e poliuretano são derivados do petróleo e podem permanecer no ambiente por séculos, o micélio oferece propriedades semelhantes — como leveza, isolamento térmico e resistência — com a vantagem de ser completamente biodegradável.
O processo produtivo também apresenta benefícios ambientais significativos: além de usar subprodutos da agricultura como matéria-prima, a fabricação não emiteCO2e consome menos água e energia em comparação com a produção de polímeros sintéticos tradicionais.
"O micélio não só oferece uma solução sustentável mas também apresenta características técnicas impressionantes, que tornam possível substituir materiais tradicionais sem comprometer a qualidade", destaca Sá.