ESG

Santander encerra 2021 com 51,6 bilhões de reais em negócios sustentáveis

Compreendendo que ESG é uma estratégia de negócios, em julho de 2021 o Santander já havia cumprido o montante de negócios sustentáveis do ano anterior; entenda as práticas

Santander é um dos destaques no Melhores do ESG (Edgard Garrido/Reuters)

Santander é um dos destaques no Melhores do ESG (Edgard Garrido/Reuters)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 23 de junho de 2022 às 21h06.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 10h20.

Um relatório produzido pelo banco Santander apresentou uma informação fundamental para chegar a uma economia de baixo carbono: quanto custa para as empresas do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, neutralizar suas emissões de carbono.

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Considerando um preço para o carbono entre 5 e 20 dólares, para neutralizar as emissões de escopos 1 e 2, as diretas e indiretas, essas empresas gastariam entre 3,6 bilhões e 14,6 bilhões de reais. A conta aperta quando se considera o escopo 3, que inclui fornecedores. Nesse caso, o valor sobe para um intervalo entre 35 bilhões e 141 bilhões de reais.

O Santander também analisou quanto os resultados operacionais das empresas teriam de subir se elas tivessem de pagar para neutralizar todas as emissões até 2030.

O resultado foi um percentual entre 8,4% e 25% por ano. Agora, se essas mesmas empresas reduzissem as emissões em 40%, a necessidade de aumentar o resultado operacional cairia para 3% e 18,8%, no cenário 2030, e para 1% e 5,9% ao ano, no cenário 2050. Ou seja, é mais barato reduzir do que compensar.

Compreendendo que ESG é uma estratégia de negócios, o Santander fechou o ano de 2021 com 51,6 bilhões de reais em negócios sustentáveis, sendo que em julho já havia cumprido o montante do ano anterior.

Para isso, a companhia utilizou uma taxonomia própria que considera empréstimos para instalações de energia solar, geração de energia distribuída, agricultura sustentável e mais práticas.

“A área de negócios sustentáveis é um motor dentro do banco, que teve uma aceleração no ano passado também pelo otimismo do mercado na execução desse tipo de negócio”, diz Carolina Learth, líder de sustentabilidade do Santander Brasil. Nesse movimento, o Santander reforçou a governança ao estabelecer um fórum semanal de aprovação de negócios verdes e sociais.

Na frente de mudanças climáticas, o Santander assumiu o compromisso de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e, até lá, desenvolve metas intermediá­rias. Em março foi concluída a compra de 80% da WayCarbon, empresa que tem assessorado organizações públicas e privadas a realizar suas transições energéticas em diferentes países.

Na frente social, o Santander, que no ano passado destinou 20 milhões de reais para 100 projetos, passa por um período de reposicionamento das destinações de recursos com o objetivo de focar mais ações de empreendedorismo e empregabilidade. “Vamos investir mais em capacitação profissional e empreendedorismo de acordo com o que é necessário para melhorar a vida das pessoas e a sociedade”, diz Learth.

Internamente, a companhia trabalha com metas de diversidade e inclusão. Atualmente são 33,3% de mulheres no conselho, 25,9% de mulheres em liderança, 27,3% de negros no quadro geral e 8% de negros em liderança. A intenção é chegar, até 2025, a 40% de mulheres na liderança e 40% de negros na organização.

“Estamos com objetivos claros para trabalhar mudanças climáticas, desenvolvimento social e sempre com boas práticas de governança. Não há mais espaço para empresas que não considerem os temas ESG”, afirma Learth. É a nova prioridade do mercado financeiro.

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