ESG

Reino Unido une G-7 para fim de subsídios a combustíveis fósseis

Os britânicos, anfitriões deste ano, têm pressionado países do G-7 a definirem quando suspenderão os subsídios para fontes de energia que produzem gases de efeito estufa

Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson (JUSTIN TALLIS/Getty Images)

Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson (JUSTIN TALLIS/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 18 de maio de 2021 às 13h02.

Última atualização em 18 de maio de 2021 às 13h03.

Países do G-7 trabalham em um acordo neste mês para eliminar subsídios aos combustíveis fósseis depois que o Reino Unido ganhou apoio da Itália para a proposta.

Os britânicos, anfitriões deste ano, têm pressionado países do G-7 a definirem quando suspenderão os subsídios para fontes de energia que produzem gases de efeito estufa, inclusive internacionalmente, e eliminarão o uso do carvão, segundo minuta da declaração ministerial vista pela Bloomberg. O governo britânico também quer que os membros destinem mais fundos para facilitar a transição, principalmente nos países em desenvolvimento.

No período anterior à reunião deste mês de ministros do clima e meio ambiente do G-7, a Itália vinha mostrando oposição em alguns dos aspectos financeiros das medidas propostas, de acordo com pessoas a par das negociações, mas um ministro disse na segunda-feira que o governo do primeiro-ministro Mario Draghi apoiará os planos.

“Posso confirmar o compromisso da Itália em compartilhar os objetivos da presidência britânica do G-7 sobre questões ambientais”, disse Roberto Cingolani, ministro da Transição Ecológica, em entrevista por telefone. “Não há absolutamente nenhuma relutância por parte do governo italiano.”

Os esforços para enfrentar a mudança climática por meio do G-7 e do G-20, que também inclui a China e a Índia, foram frustrados nos últimos anos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas Joe Biden mudou o cenário com a promessa de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis nos EUA. O presidente americano já ordenou que agências federais eliminem subsídios aos combustíveis fósseis, embora precise do apoio do Congresso para cumprir totalmente sua promessa de campanha.

No passado, o G-7 e outros fóruns internacionais tentaram acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, mas não conseguiram chegar a um acordo sobre os detalhes de um cronograma específico e definições. Em contraste, os objetivos propostos pelo Reino Unido são vistos pelos negociadores como ambiciosos e tangíveis.

Subsídios aos combustíveis fósseis foram calculados em US$ 5,2 trilhões por ano em 2017, o equivalente a 6,5% da economia global, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. A China foi o país que concedeu mais subsídios em 2015, seguida pelos EUA, Rússia, União Europeia e Índia. O FMI revelou que preços mais eficientes para combustíveis fósseis em 2015 teriam cortado as emissões de carbono em 28%.

A reunião ministerial virtual está marcada para os dias 20 e 21 de maio. As medidas, que fornecem alguma margem de manobra para “circunstâncias excepcionais”, são vistas como essenciais para atingir a meta global de zerar emissões líquidas de efeito estufa até 2050 e limitar o aumento da temperatura em 1,5°C.

As principais partes do texto preliminar ainda não haviam sido acordadas por todos os membros do G-7 na manhã de segunda-feira. Duas autoridades disseram que Itália e Japão haviam mostrado certa relutância antes da reunião este mês. O Reino Unido argumentou que o grupo precisava dar o exemplo para que outros países, como China e Índia, façam o mesmo.

Além de apoiar as metas mais amplas, o ministro da Transição Ecológica da Itália disse que o país defende especificamente o abandono do carvão.

“Espero que aconteça até antes”, disse Cingolani. “Gostaríamos de reduzir substancialmente essa capacidade até 2025. Precisamos ser realistas, porque há um grande componente industrial com milhares de trabalhadores.”

Ele também disse que a Itália que elevar a contribuição financeira para ajudar países em desenvolvimento a administrar a transição. Cingolani não quis comentar sobre os outros objetivos do projeto, já que o documento ainda está em discussão, disse.

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