Rede Brasil do Pacto Global quer melhorar saúde mental de 10 mi de pessoas
Com empresas, Rede Brasil do Pacto Global reforça Movimento Mente em Foco e busca ações concretas para fim do estigma da saúde mental e melhoria da população. Iniciativa faz parte da Ambição 2030
Marina Filippe
Publicado em 30 de abril de 2022 às 08h00.
Última atualização em 4 de maio de 2022 às 09h53.
O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e é também dos que contabiliza os maiores índices de depressão. Com a intenção de mudar esse cenário ao promover conversas e, consequentemente, mudanças na saúde mental dos brasileiros, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU, braço das Nações Unidas que reúne o setor corporativo, reforça o Movimento Mente em Foco.
A iniciativa, lançada há um ano pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e InPress Porter Novelli, em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicologia e a Falconi, agora faz parte da Ambição 2030, que busca acelerar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Com isso, as empresas e organizações brasileiras são convidadas a agir em benefício de seus funcionários e da sociedade como um todo no combate ao estigma e ao preconceito social ao redor da saúde mental.
O objetivo é que a saúde mental seja tratada não apenas como uma medida emergencial, mas sim como um tema perene e que faça parte da estratégia de negócio das companhias. "As companhias têm um papel fundamental na saúde e bem-estar dos seus trabalhadores, em todos os níveis hierárquicos. E não adianta agir somente na patologia, quando a doença já está manifestada. Sabemos que o absenteísmo é muito grave e quanto está relacionado ao tema de saúde mental. Por isso, temos de ser estratégicos, colocando o tema saúde mental como pauta central nos negócios”, afirma Carlo Pereira, diretor executivo da Rede Brasil do Pacto Global.
Entre as empresas que já estão aderindo ao movimento está a operadora de saúde SulAmérica, que também atuará como embaixadora por meio do Instituto SulAmérica, lançado em abril. "Somos parceiros da Rede Brasil do Pacto Global há dez anos e participamos de diferentes movimentos, agora vimos a oportunidade de tratar de um tema extremamente importante e estratégico para nós, com o objetivo de tirar os estigmas que impedem o avanço dos cuidados em saúde mental no país", diz Luiz Pires, diretor executivo do Instituto SulAmérica.
Na iniciativa, a SulAmérica pretende orientar seus funcionários e também auxiliar empresas que desejam trabalhar com o tema. "Temos uma visão completa da saúde que entende a parte emocional como uma jornada que precisa ser estruturada e não vista apenas de forma pontual", afirma Pires.
O Instituto SulAmérica tem compromisso firmado oficialmente, por meio da última emissão de debêntures do Grupo SulAmérica, de impactar 150 mil vidas em cinco anos. Já a Rede Brasil do Pacto Global quer impactar 10 milhões de trabalhadores a partir do lançamento da Ambição 2030, com 1.000 empresas com programas estruturantes de saúde mental.
"Antes mesmo da pandemia da Covid-19, a saúde mental no ambiente corporativo já era uma pauta amplamente discutida nas grandes empresas, pois era um problema que já vinha se aprofundando e preocupando as lideranças. A saúde mental sempre foi muito estigmatizada dentro do ambiente corporativo e só vemos aumentar exponencialmente os casos relacionados à saúde mental. Precisamos mudar esse cenário", diz Pereira.
Para a divulgação, o Movimento Mente em Foco será apresentado em telões dos estádios no Campeonato Brasileiro masculino e feminino. As empresas que se tornarem signatárias do movimento, firmam o compromisso de implementar as seguintes ações para a promoção da saúde mental:
● Ter um profissional de referência para aconselhamento e atendimento;
● Oferecer orientação e manejo de crises;
● Garantir a avaliação permanente dos colaboradores;
● Manter gestores engajados, com treinamento para atuar em relação ao tema e orientação sobre as melhores condutas, sendo agentes de transformação e de promoção da segurança psicológica;
● Criar um programa antiestigma: promover debates abertos e intervenções em grupo com assuntos que busquem reduzir o estigma relacionado ao sofrimento psíquico, inserindo-o como pauta permanente na organização;
● Promover ações de incentivo à saúde mental: campanhas e iniciativas para incentivar práticas culturais, esportivas, de nutrição, bem-estar, educação, entre outras, a partir de demandas identificadas.