ESG

Projeto Jovens Cientistas Brasil, que busca democratizar a ciência, ganha coluna na EXAME

Jornal de divulgação científica é voltado para estudantes do Ensino Médio e tem o objetivo de incentivar jovens talentos a perseguir a carreira acadêmica

Young girl holding molecular structure in a lab. (Georgijevic/Getty Images)

Young girl holding molecular structure in a lab. (Georgijevic/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2022 às 06h36.

Seja muito bem-vindo(a) à coluna dos Jovens Cientistas, a única da EXAME produzida exclusivamente por estudantes do Ensino Médio!

Aqui, a ciência é comunicada de modo mais simples, atrativo, inclusivo e estimulante por e para jovens brasileiros. O Jovens Cientistas Brasil (JCB) é um projeto independente que vai além das páginas desta revista: somos um jornal de divulgação científica com o objetivo de democratizar o acesso à ciência no nosso país. Dessa forma, nossos artigos são escritos com uma linguagem mais acessível, diferente da acadêmica, tendo o intuito de incentivar jovens a seguirem carreiras em uma das áreas mais subvalorizadas do país: a pesquisa.

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A desvalorização da ciência no Brasil é um tema complicado. O fato desta ser uma área pouco apreciada no país não significa que ela seja inferior quando comparada a outros locais. Os cientistas brasileiros são, muitas vezes, destaque mundial dentro de seus respectivos ramos. Não somente isso, mas algumas das melhores instituições educacionais e científicas do planeta são brasileiras. Ainda assim, a ciência nacional constantemente se depara com obstáculos que dificultam seu progresso. Para ter relevância, precisa-se fazer muito com pouco e, como diz o pesquisador Hernan Chaimovich, Professor Emérito do Instituto de Química da USP, a ciência brasileira deve ser resiliente.

De 2012 para 2021, por exemplo, o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) foi reduzido em 84% – de R$11,5 bilhões para R$1,8 bilhão, em valores corrigidos pela inflação. Mesmo passando por um momento de caos na saúde pública com a superlotação de leitos hospitalares em 2020, o governo federal investiu naquele ano, em pesquisa científica, menos do que havia sido desembolsado em 2009: sendo R$19 bilhões aplicados há 12 anos, em números atualizados pela inflação, e apenas R$17,2 bilhões no ano de 2020.

A questão, no entanto, vai muito além do investimento. Ainda nas escolas, são pouco incentivadas as carreiras em pesquisa na área da ciência da base, isto é, ramos como a biologia, química, matemática e sociologia, que desenvolvem conceitos importantes como as teorias científicas. Querer ser químico, por exemplo, mesmo no Ensino Médio, parece um sonho de criança; se um indivíduo tem muita afinidade com biologia, ele será médico, já que se encaixa no nicho das ciências biológicas; o grupo que quer fazer engenharia é apaixonado por química, matemática e física, mas não poderia seguir esse caminho já que, no Brasil, isso não passa de fantasia.

O dever do JCB é mostrar à nossa geração que isso não é verdade. Esse trabalho não se limita a desmascarar essas concepções como apenas estereótipos, mas também a atrair os jovens para as ciências de base em primeiro lugar. As convicções prejudiciais estão tão enraizadas no sistema educacional brasileiro, que o indivíduo em formação nem desenvolve um interesse científico a tempo de ser desestimulado pelos obstáculos referentes a estas carreiras.

Ufa! É muito problema para explorar! E é justamente por isso que nós, Lara Chocolat e Luiza Alvernaz, fundamos o Jovens Cientistas Brasil, que agora conta com mais de 20 participantes. Como duas estudantes apaixonadas pela ciência (particularmente pela biologia molecular), queremos vê-la prosperar no nosso país. Tivemos a sorte de ter uma rede de apoio e incentivo incrível, mas sabemos que nem todos têm as mesmas oportunidades e é por isso que o JCB é tão importante. Além dos inúmeros professores excelentes, encontramos a nossa paixão pela ciência fora do ambiente escolar.

Lara, por meio de seu estágio no laboratório de genética da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), encontrou um amor enorme pela área. Por isso, ama escrever artigos de divulgação científica sobre temas neste ramo, além de fazer postagens nas redes do JCB explicando métodos da biologia molecular usados no laboratório, como Array e montagem de cariótipos. Além disso, para seu projeto “Arte do Bem”, Lara pinta e vende suas obras, doando o dinheiro para a Ong Cabelegria, que arrecada e doa perucas para indivíduos com câncer.

Enquanto isso, a Luiza escreve artigos de divulgação científica para um jornal internacional de jovens, o Young Scientists Journal, e ganhou uma bolsa de estudos para o passar o verão europeu na Inglaterra, estudando ciências médicas na King’s College London. Ela devora livros inteiros com tamanha rapidez que sempre está procurando algo novo para ler, independentemente do tema. Foi, aliás, lendo um livro sobre genética que ela descobriu o que seria sua maior obsessão: células tronco e suas características.
Em sala de aula, sentamos juntas, e nunca passamos uma aula inteira sem menção de nossos temas favoritos.

Enquanto a Luiza nunca conseguiu ficar mais de 50 minutos sem falar sobre células-tronco pluripotentes, Lara não para de falar sobre a cromossomopatia que está lendo sobre no momento. Inclusive, precisamos confessar que a luta para não aprofundar esses temas nessa publicação foi enorme, nossa paixão pela biologia é simplesmente muito intensa! Mas as explicações sobram para os próximos artigos da coluna!

A ciência é o futuro do planeta Terra e a nossa geração é o futuro da ciência!

Gostou? Então fique atento às próximas edições da revista Exame, onde mensalmente o Jovens Cientistas Brasil publicará um de seus artigos! Desde células HeLa e retrovírus endógenos, até a superpopulação humana e o telescópio espacial James Webb, o JCB traz a ciência a você. Quer dar uma espiadinha no que está por vir? Visite nosso site: www.jovenscientistasbrasil.com.br e confira nossas publicações.

*Lara Chocolat e Luiza Alvernaz são fundadoras do Jovens Cientistas Brasil
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