*Por Fabiana Goulart, da GEF Capital Partners
Durante muito tempo, o investimento climático se apoiou em boas intenções, narrativas inspiradoras e modelos conceituais ainda imaturos. Faltavam dados estruturados, metodologias comparáveis e histórico suficiente para comprovar resultados de forma robusta.
Embora hoje já exista um arsenal de ferramentas, padrões internacionais e tecnologias capazes de gerar e gerir dados em escala, o mercado ainda não é movido por eles. É justamente nesse hiato, entre a capacidade técnica disponível e a prática consolidada, que a mensuração se torna decisiva.
Medir impacto é a única forma de diferenciar intenção de efetividade, discurso de evidência, e, sobretudo, identificar quais investimentos realmente entregam impacto climático efetivo e eficiente por dólar investido.
O Global Risks Report 2025, do Fórum Econômico Mundial, reforça essa inflexão: eventos climáticos extremos seguem como o principal risco global da próxima década, superando crises geopolíticas e recessões.
Esse risco deixou de ser uma discussão restrita a especialistas em sustentabilidade e passou a integrar cálculos de risco financeiro tradicionais, afetando balanços corporativos, a precificação de ativos, o custo de capital e a estabilidade de cadeias produtivas em diversos setores.
Mesmo investidores que não têm como objetivo otimizar impacto não podem ignorar essa variável, porque ela já se manifesta como risco material.
Nesse contexto, medir não é apenas quantificar emissões ou registrar indicadores ambientais: mensurar é compreender a natureza desse risco, traduzir incerteza em informação e transformar volatilidade climática em gestão.
Quando o risco climático se torna risco financeiro, medir deixa de ser opcional e passa a ser uma competência estratégica fundamental.
À medida que os fluxos financeiros globais se direcionam para soluções de baixo carbono, um novo critério de qualidade ganha espaço. Não basta classificar um ativo como climático.
É necessário demonstrar sua efetividade, ou seja, o quanto o investimento reduz emissões ou gera adaptação, e sua eficiência, que mede o impacto produzido por unidade de capital.
Essa lógica permite separar investimentos climaticamente transformadores daqueles que apenas carregam a narrativa correta.
A mensuração passa a ser o elo entre propósito e performance e organiza o mercado em torno da real capacidade de entrega de impacto.
Mensurar impacto, no entanto, não é apenas um exercício técnico. É uma mudança de mentalidade e de cultura de investimento.
Contabilizar emissões ou registrar indicadores isolados não é suficiente. Impacto genuíno exige compreender como as decisões financeiras moldam sistemas produtivos, fortalecem resiliência e geram externalidades positivas que se perpetuam no longo prazo.
Os números por si só não contam a história completa. A interpretação crítica desses dados, somada ao entendimento das alavancas de transformação, é o que revela se estamos avançando ou apenas registrando movimento.
O avanço regulatório recente reforça essa direção. O IFRS S2 – Transition Plan Disclosure determina que planos de transição devem ser quantificáveis, comparáveis e integrados às demonstrações financeiras. A exigência não é meramente técnica.
Ela coloca a agenda climática sob a lógica da disciplina financeira e exige coerência entre ambição, alocação de capital e capacidade de execução. Trata-se de uma inflexão importante no mercado global, em que sustentabilidade, governança e racional econômico passam a caminhar juntos.
Números, sozinhos, não dão conta de esclarecer paradoxos nem de mostrar se a transição está, de fato, avançando. O relatório Beyond the Energy Transition, da S&P Global Commodity Insights, mostra que a demanda global por combustíveis fósseis em 2024 ficou acima das projeções feitas em 2021, enquanto a expansão da energia renovável superou expectativas.
A coexistência desses movimentos evidencia a complexidade da transição. Embora os dados existam, sua análise isolada tende a produzir conclusões simplificadas, na ausência de uma leitura sistêmica.
Entender a relação entre tendências, incentivos e forças estruturais é o que evita a confusão entre velocidade e direção, ou entre atividade e progresso.
Em contextos tão complexos, medir impacto é o que permite distinguir avanço real de otimismo projetado.
Quando traduzimos impacto em métricas claras e robustas, como toneladas de CO₂ efetivamente evitadas, intensidade hídrica reduzida ou produtividade restaurada, criamos um denominador comum para análises que seriam incomparáveis. Criamos também confiança. E confiança é o elemento central que destrava capital, orienta decisões e sustenta a escala necessária para transformar economias.
*Fabiana Goulart é Value Creation and Chief Sustainability Officer da GEF Capital Partners para a América Latina.
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