Petrobras avança em combustível de aviação sustentável e mira até 30% do mercado
Segundo diretor, a unidade 100% dedicada à produção de BioQAV, em Cubatão, terá capacidade para 15 mil barris/dia, enquanto a refinaria do Rio de Janeiro produzirá 19 mil bpd
Agência de notícias
Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 14h59.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2024 às 16h07.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim , disse nesta sexta-feira, 23, que a estatal vai reservar as unidades dedicadas de produção de combustíveis renováveis para a produção de combustível de aviação sustentável ( SAF, na sigla em inglês).
A estratégia se deve ao fato de o produto ter valor agregado superior ao de outros produtos, como o diesel R, que, por ora, vai seguir sendo produzido majoritariamente em unidades de coprocessamento de óleos vegetal e fóssil.
O diretor da Petrobras fez os comentários em seminário sobre biocombustíveis organizado pela Universidade Columbia, no Rio de Janeiro, em evento paralelo à agenda do G20 na cidade.
Tolmasquim detalhou que a unidade totalmente dedicada à produção de BioQAV na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), terá capacidade para produzir 15 mil barris por dia (bpd) do produto, enquanto a unidade a ser ativada no Polo Gaslub, no Rio de Janeiro, vai produzir 19 mil bpd.
Somada, a futura capacidade de 34 mil bpd vai representar até 30% do mercado atual brasileiro, volume, portanto, "relevante" nas palavras de Tolmasquim.
Ele lembrou que o plano estratégico da Petrobras até 2028 prevê investimento de US$ 1,5 bilhão em negócios de biorefino, sem contar pesquisa e desenvolvimento, que contam com recursos em separado.
O diretor da Petrobras afirmou que o biorefino segue como um dos principais focos da Petrobras em sua busca pela descarbonização de seus negócios, ao lado dos investimentos em novos combustíveis ( hidrogênio verde e amônia verde ) e geração de energia renovável ( solar e eólica onshore e offshore).
Descarbonização
Segundo o executivo, um dos principais focos da Petrobras em biocombustíveis de última geração tem a ver com as metas futuras de descarbonização obrigatórias nos mercados de aviação e de navegação - para o qual a Petrobras pretende fornecer metanol verde.
"Não tem oferta de combustível verde no mundo para isso. Trata-se de um grande mercado aberto. Existe um mercado e não tem oferta. Quem chegar tem um mercado totalmente disponível, o sonho de qualquer empresa", diz Tolmasquim sobre os mercados de combustíveis renováveis para os setores de aviação e navegação.
Sem oferecer maiores detalhes, ele disse ainda que a Petrobras tem memorandos de entendimento com empresa europeia de navegação para o fornecimento de metanol verde e um outro, com empresa asiática, para cooperação na produção de amônia verde.