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Pesquisa: falta ambição ao Brasil para financiar economia de baixo carbono

De acordo com a consultoria Janus Henderson, investimentos verdes chegam a US$ 1 trilhão no mundo, mas o Brasil aproveita pouco o seu potencial

 (Bloomberg/Getty Images)

(Bloomberg/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 08h00.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 12h08.

Onde há demanda, há oferta. A lei mais básica da economia parece não valer para o financiamento da transição para a economia de baixo carbono no Brasil. Segundo um relatório produzido pela consultoria Janus Henderson, o tamanho do mercado de títulos de dívida ligados a metas climáticas, como green bonds e sustainability bonds, chegou a 45 bilhões na América Latina. O valor é considerável, porém, muito abaixo do que poderia ser.

“As ambições políticas limitadas e a falta de financiamento do setor privado reduziram o progresso na descarbonização na América Latina, que poderia ser mais rápido”, diz Jennifer James, Gerente de Portfólio de Dívidas de Mercados Emergentes da Janus Henderson. “A questão não é de demanda, mas de oferta – há poucos países latino-americanos que emitiram quantias significativas de dívida sustentável em moeda forte.”

Nem mesmo o Brasil, maior mercado da região, faz jus ao seu potencial. O país é o segundo maior em emissões de dívidas verdes, com 8,7 bilhões de dólares, atrás do Chile, que emitiu 9 bilhões. É pouco quando se considera o potencial brasileiro para crescer em energia renovável e o tamanho do mercado de títulos verdes e sustentáveis no mundo, que é de 1 trilhão de dólares.

O papel dos governos na transição energética

Para Paul LaCoursiere, Diretor Global de Investimentos ESG da Janus Henderson, os governos nacionais têm um papel importante a cumprir no processo de financiar a transição. “Os países podem aumentar a dívida em níveis mais baixos e ajudar a estabelecer uma taxa de referência para outras entidades”, diz LaCoursiere.

Uma melhor organização regional das políticas nacionais regulatórias e tributárias, segundo o diretor, também iria facilitar a capacidade dos investidores internacionais de entrarem em debêntures do mercado local.

“Neste estágio inicial, acreditamos que a renda fixa pode ter um papel limitado para desempenhar no financiamento das inovações, mas quando as tecnologias e os esforços locais forem mais avançados, a renda fixa certamente vai poder preencher esta lacuna de financiamento", afirmou LaCoursiere.

 

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