ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Mudança climática dá 'empurrão' para recorde de incêndios no Pantanal

Condições de calor, seca e vento que levaram aos incêndios no bioma, em junho, foram 40% mais intensas, segundo pesquisadores do WWA

Importância: Patrimônio Natural da Humanidade, o Pantanal é um santuário de onças, jacarés e outras espécies (AFP Photo)

Importância: Patrimônio Natural da Humanidade, o Pantanal é um santuário de onças, jacarés e outras espécies (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 13h38.

As condições meteorológicas que favoreceram os incêndios devastadores no Pantanal brasileiro em junho foram mais intensas e mais prováveis devido à mudança climática, segundo um relatório científico publicado nesta quinta-feira, 8.

"As condições de calor, seca e vento que levaram aos incêndios no Pantanal brasileiro em junho foram 40% mais intensas e 4 a 5 vezes mais prováveis (em comparação com a média do mês de junho, ndr) devido à mudança climática", de acordo com uma análise do grupo World Weather Attribution (WWA).

O Pantanal, que também se estende por Paraguai e Bolívia, é considerado um santuário de onças, jacarés e outras espécies, e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.

Os incêndios recordes que devoraram 440 mil hectares na maior área úmida tropical do planeta em junho também preocupam os especialistas porque o fogo costuma ter seu auge nos meses de agosto e setembro.

"As condições meteorológicas adversas com altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes contribuem significativamente para a rápida propagação das chamas", explicou o pesquisador Filippe L. M. Santos, da Universidade de Évora, em Portugal, e um dos autores do estudo.

"Esse cenário é extremamente preocupante, uma vez que ainda não estamos no pico da temporada que geralmente ocorre em setembro, e considerando as previsões climáticas para os próximos meses, é possível que os incêndios florestais de 2024 podem ser ainda mais severos do que 2020", acrescentou.

Naquele ano, estima-se que 17 milhões de animais vertebrados morreram na temporada de incêndios, que devastou 3,9 milhões de hectares do Pantanal.

Cálculo

Os cientistas da WWA desenvolveram modelos de previsão baseados no fato de o planeta já estar 1,2ºC mais quente do que nos tempos pré-industriais.

Na era pré-industrial, esperava-se um junho excepcional como o anterior uma vez a cada 161 anos. Após a mudança climática, essa frequência aumentou para 35 anos, podendo chegar a 18 se a temperatura aumentar cerca de 2ºC até 2060, segundo o estudo.

Até o momento em 2024, 1,2 milhão de hectares foram consumidos pelas chamas, o equivalente a 8% do bioma.

As chamas estão associadas a "práticas agrícolas ou queimadas controladas que acabam escapando do controle", segundo Santos.

O estudo "destaca a necessidade urgente de substituir os combustíveis fósseis por energias renováveis, reduzir o desmatamento e fortalecer as restrições aos incêndios programados".

A vida e a economia do Pantanal – baseada na pecuária, na pesca e no ecoturismo – são regidas pelo "pulso de inundação" dos rios, que aumentam ou diminuem nas estações chuvosa (outubro-maio) e de seca (junho-setembro).

Acompanhe tudo sobre:PantanalMudanças climáticasIncêndiosAnimaisSecas

Mais de ESG

Proteína de algas marinhas pode potencializar antibióticos e reduzir dose em 95%, aponta estudo

Como distritos de Mariana foram reconstruídos para serem autossustentáveis

'Rodovia elétrica' entre Etiópia e Quênia reduz apagões e impulsiona energia renovável na África

Ascensão de pessoas com deficiência na carreira ainda é desafio, diz estudo