ESG

Janja Lula: em sua primeira COP, futura primeira-dama diz estar otimista e espera rever amigos

Esposa do presidente eleito chegou hoje ao evento e enfrentou aglomeração para se encontrar com representantes da sociedade civil e de empresas brasileiras. Sua presença deve reforçar agenda social de Lula

Janja Lula chega à COP27: futura primeira-dama quer reencontrar amigos dos tempos de setor privado (Leandro Fonseca/Exame)

Janja Lula chega à COP27: futura primeira-dama quer reencontrar amigos dos tempos de setor privado (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 15 de novembro de 2022 às 10h42.

Última atualização em 15 de novembro de 2022 às 13h52.

A futura primeira-dama, Janja Lula, chegou hoje à COP27, em Sharm el-Sheikh, no Egito. Seus primeiros momentos no evento foram marcados por muvuca e fotos com apoiadores. Janja afirmou estar otimista com o protagonismo do Brasil e a retomada de Lula. “Pela agenda cheia de encontros bilaterais a gente já demonstra que o Brasil está de volta ao cenário mundial”, afirmou a socióloga.

Além disso, Janja se diz animada em reencontrar amigos da época dos trabalhos com sustentabilidade, como na Itaipu. “Está é minha primeira COP e estou feliz de rever pessoas”, disse ela. Em seguida, ela se reuniu rapidamente com lideranças negras e indígenas, participantes da sociedade civil e representantes de governos nacionais.

Lula na COP27, o que esperar

O presidente eleito só deve vir ao evento nesta quarta-feira, 16. O presidente eleito terá à sua disposição um palco global para dar início a sua terceira jornada como líder nacional. Mais do que isso, ele chega ao Egito com o status de potencial salvador da Amazônia, bandeira que ele empunhou com firmeza durante a campanha. O fracasso do atual governo em conter a escalada na destruição da floresta nos últimos anos o ajuda nessa tarefa. Nunca foi tão fácil, para Lula, se colocar como defensor de uma causa social e humanitária.

A presença de Janja fortalece esse posicionamento. A socióloga deve abraçar a agenda social, com foco nos povos originários e mulheres. Ainda nesta terça-feira, é esperado que ela faça um encontro apenas de mulheres, com a presença de líderes da sociedade civil e do setor privado.

 

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Falta de unidade

O Brasil é o único país a ter mais de um estande na Blue Zone, onde ficam as representações dos países e da sociedade civil. Pode parecer algo positivo, como se a presença brasileira fosse intensa, mas não é. Os três espaços — o oficial do governo brasileiro, o dos governos da Amazônia Legal e o da sociedade civil — não se conversam. Na realidade, pode-se dizer que um fala mal do outro. A situação insólita tem gerado incômodo em alguns empresários que conversaram com a EXAME.

Lula chegará no centro dessa confusão. Sua primeira aparição na Blue Zone será no estande dos governos da Amazônia Legal, com os governadores do Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins. Para chegar ao local, o presidente eleito terá de passar, inevitavelmente, em frente ao estande oficial do governo brasileiro.

No mesmo dia, Lula fará seu pronunciamento, em uma pequena sala destinada a coletivas de imprensa e outros eventos do tipo. O local também fica na Blue Zone, longe das plenárias, onde as representações oficiais discursam. Na quinta-feira, ele terá um encontro com representantes da sociedade civil no Brazil Climate Hub, espaço organizado por entidades do terceiro setor, e que também fica bem próximo do estande oficial do Brasil.

Esse espaço surgiu na COP25, em que o governo brasileiro não montou estande e sequer enviou uma delegação — apenas o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o Itamaraty estiveram presentes. Anteriormente, a delegação brasileira contava com empresas e sociedade civil juntos do governo, como acontece em todos os outros países presentes na Blue Zone.

Agenda pode mudar

Apesar da agenda estar, teoricamente, fechada, os auxiliares de Lula ressaltam que ela poderá sofrer alterações. Há grande expectativa pela presença do presidente eleito na COP, e não apenas por parte do Brasil. É grande a chance de aglomerações.

Há mais participantes circulando pela Blue Zone nesta semana, e se locomover às vezes é um desafio. Na semana passada, alguns líderes se arriscaram no meio do povão e não tiveram problemas. Emmanuel Macron, da França, distribuiu sorrisos e posou para fotos na área externa aos pavilhões. Nicolás Maduro, da Venezuela, caminhou tranquilamente, com um ou outro segurança, até o estande da Colômbia. Lula, certamente, vai gerar mais barulho.

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