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Grupo de investidores pressiona Exxon a zerar emissões até 2050

Em resposta à carta pública do grupo Engine Nº 1, a empresa estabeleceu novas metas para cortar emissões e se comprometeu a gastar 3 bilhões de dólares na captura de carbono e outras tecnologias

Exxon: petroleira é pressionada por grupo de investidores a cortar emissões. (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 17h51.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2021 às 17h52.

A Exxon Mobil já elevou suas metas climáticas, com apenas três meses de campanha de um investidor ativista para provocar mudanças na empresa. Agora, a organização Engine Nº 1 pressiona a gigante de petróleo a estabelecer uma nova meta: emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.

A Engine Nº 1 divulgou uma carta na segunda-feira, reiterando seu pedido para que a Exxon reformule seu conselho de diretores com a inclusão de quatro novos membros com experiência para conduzir a empresa em direção à neutralidade climática. Essa é uma meta já adotada por petroleiras europeias como BP, Royal Dutch Shell e Total. A Exxon e a rival Chevron têm resistido.

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“Esta não é apenas uma questão climática, mas uma questão fundamental do investidor - não diferente da alocação de capital ou remuneração da gestão - dado o imenso risco para o modelo de negócios atual da Exxon Mobil em um mundo em rápida mudança”, escreveu a Engine Nº 1, com sede em São Francisco, em carta enviada à empresa. O grupo é apoiado pelo California State Teachers’ Retirement System, o segundo maior fundo de pensão dos Estados Unidos e com mais de 400 milhões de dólares em ações da Exxon. A Exxon não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Este é mais um passo da campanha da Engine Nº 1 contra a Exxon, que começou em dezembro. Ao contrário dos esforços anteriores dos acionistas sobre questões climáticas, que se concentraram em fazer a empresa divulgar dados ambientais ou ser mais ambiciosa quanto ao corte de emissões, a Engine Nº 1 agora insiste que a mudança só acontecerá se o conselho incluir líderes com experiência na transição energética.

A Exxon atualmente não produz praticamente nenhuma energia renovável e, como a Bloomberg Green informou no ano passado, a empresa havia feito planos de longo prazo para expandir a produção de combustível fóssil e aumentar a produção de gases de efeito estufa.

Desde a carta inicial da Engine Nº 1, a Exxon estabeleceu uma nova meta para cortar emissões, divulgou pela primeira vez a magnitude das emissões de clientes que queimam combustíveis fósseis e se comprometeu a gastar 3 bilhões de dólares na captura de carbono e outras tecnologias. Em um sinal de que o impulso ativista pode trazer mais resultados, a Exxon estaria considerando a inclusão de um investidor focado em clima, Jeff Ubben, como novo membro do conselho.

“O que talvez seja mais surpreendente é que a Exxon realmente agiu com base na primeira carta da Engine Nº 1”, disse David Doherty, especialista em petróleo da BloombergNEF.

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