ESG

Gigante italiana Eni se torna 1ª petroleira a vender títulos ESG em euros

É mais um sinal da expansão do financiamento da dívida ambiental, que tem atraído todos os tipos de empresas, até mesmo as responsáveis pelas emissões de carbono

 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

(Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 7 de junho de 2021 às 17h47.

Por Lyubov Pronina, da Bloomberg

A gigante italiana de energia Eni é a primeira petroleira a vender títulos em euros atrelados à redução das emissões de carbono.

É mais um sinal da expansão do financiamento da dívida ambiental, que tem atraído todos os tipos de empresas, até mesmo as responsáveis pelas emissões de carbono. A Eni vendeu 1 bilhão de euros (US$ 1,2 bilhão) em títulos ligados à sustentabilidade, ou SLBs, na sigla em inglês, segundo uma pessoa a par do assunto.

“É um bom teste para ver se o mercado está pronto para financiar os planos de transição das empresas”, disse Ronald van Steenweghen, gestor da Degroof Petercam Asset Management, em Bruxelas, que possui alguns títulos atrelados à sustentabilidade.

Outras empresas europeias de energia, como a refinaria Neste, venderam títulos verdes, cujos recursos devem ser usados em projetos ambientais específicos. A Eni é a primeira a emitir em euros porque os SLBs vinculam os pagamentos de juros a metas predeterminadas ambientais, sociais ou de governança, ou ESG na sigla em inglês.

Uma variedade crescente de empresas, até algumas que muitos fundos éticos tradicionais excluiriam, ajudou a impulsionar as vendas de SLBs na Europa este ano para mais de 10 bilhões de euros, ou 150% do volume total em 2020. Isso aumenta a preocupação de que os objetivos estabelecidos para as empresas garantirem taxas de juros mais baixas sejam muito fáceis e possam representar o chamado greenwashing, ou a prática de maquiar metas ambientais.

A Eni, que publicou a primeira estrutura de financiamento vinculada à sustentabilidade do mundo em seu setor no mês passado, planeja alcançar a neutralidade total em carbono até 2050, com indicadores-chave de desempenho vinculados à energia renovável e emissões.

A Eni aproveitou o feedback positivo de investidores e as condições favoráveis para vender os títulos na segunda-feira, disse uma fonte. A empresa não planeja mais emissões de SLBs este ano.

A empresa vendeu os SLBs a 50 pontos-base em relação aos midswaps, abaixo da meta inicial de cerca de 75 pontos-base, e os cupons podem aumentar se não atender às metas de energia renovável e emissões, de acordo com a pessoa, que falou sob anonimato.

A concessionária italiana Enel foi a primeira empresa a vender SLBs em dólares e em euros em 2019, e a Aeroporti di Romuma emitiu SLBs em euros em abril. A refinaria de petróleo polonesa PKN Orlen vendeu títulos vinculados a ESG em zlotys em março.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME

Acompanhe tudo sobre:CarbonoIndústria do petróleoMeio ambientePegada de carbonoSustentabilidade

Mais de ESG

Onde investir em 2025: O ano dos Estados Unidos

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado