Para aqueles que não possuem um carro, existe a possibilidade de obter um “voucher” de até mil euros para a compra de uma bicicleta eléctrica de carga. (Kiran Ridley/Getty Images)
Em meio a discussões cada vez mais importantes sobre o aquecimento global e as mudanças de comportamento para países conseguirem cumprir as metas ecológicas, a França dá um passo importante. Após meses de debates no parlamento, uma nova lei permite que o país ofereça um bônus de até 1.500 euros (cerca de R$ 9.160 na conversão direta) para quem decidir trocar o seu carro por uma bicicleta.
Para aqueles que não possuem um carro, existe a possibilidade de obter um “voucher” de até mil euros para a compra de uma bicicleta eléctrica de carga.
Essa ajuda do governo está disponível para “pessoas, comunidades locais, associações ou profissionais que constituam alternativas específicas adaptadas aos modos de transporte urbano”, informou o comunicado conjunto dos ministros da economia e do transporte do governo francês.
“Para promover o uso da bicicleta elétrica como alternativa ao veículo particular e a evolução rumo ao transporte sustentável, principalmente em solo urbano e suas periferias, a Lei do Clima amplia o bônus de conversão para a compra de bicicleta eletricamente assistida ou carga elétrica bicicleta em troca da entrega de um carro ou caminhão poluente ao ferro-velho", continua a nota.
Embora esta medida não constasse do texto original do projeto de lei apresentado pelo governo, a emenda que concede o bônus foi votada por unanimidade na Assembleia Nacional em meados de abril.
O anúncio do Governo de Emmanuel Macron acontece logo depois do Parlamento francês dar a seu parecer final à lei nacional contra as alterações climáticas que, apesar das críticas dos ambientalistas que consideram a nova legislação "branda" demais, contém medidas inovadoras para o combate ao aquecimento global, principalmente na Europa, como a proibição de voos quando existem alternativas de trem de menos de duas horas e meia e a proibição da publicidade de combustíveis fósseis.
Entre outras mudanças previstas na nova lei, a França passa a tipificar oficialmente do crime de ecocídio e a passa a proibir o aluguel de residências sem isolamento térmico adequado para evitar gastos energéticos desnecessários com aquecedores. Com essas ações, o governo francês acredita que conseguirá reduzir as emissões de carbono do país em 40% até 2030 com relação aos níveis de 1990.