Ferrero, dona da Nutella, faz compromisso para eliminar trabalho infantil
Iniciativa conta com o apoio da Organização Internacional do Trabalho e é voltada para erradicar o trabalho infantil na colheita de avelãs
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 16h15.
Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 19h31.
A italiana Ferrero, fabricante de chocolates dona das marcas Nutella, Kinder Ovo e Ferrero Rocher , firmou um compromisso junto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para eliminar o trabalho infantil envolvido na colheita de avelãs, principal matéria-prima de seu famoso creme de chocolate. A companhia irá investir 4 milhões de dólares no projeto.
O alvo principal da iniciativa está na Turquia , onde existem 720.000 crianças com idade entre 5 e 17 anos envolvidas em atividades econômicas, o equivalente a 4,4% da população infantil do país. Mais de 30% delas exercem atividades no setor agrícola.
A OIT já presta apoio técnico ao governo turco para a implementação de projetos de erradicação do trabalho infantil desde 2012. As crianças trabalhadoras são expostas a riscos que podem levar a problemas crônicos de saúde, além de terem mais probabilidade de interromper os estudos.
No início do ano, a Ferrero divulgou uma carta estabelecendo compromissos sociais e ambientais para a cadeia de fornecedores de avelãs.
Problema também no Brasil
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define como trabalho infantil aquele que priva as crianças de sua infânci a, seu potencial e sua dignidade. É também a forma de trabalho prejudicial ao desenvolvimento físico e mental, aquela que priva as crianças de oportunidades de frequentar a escola.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016 mostram que o Brasil tem 2,4 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando. Os adolescentes pretos e pardos correspondem a 66,2% do total do grupo identificado em situação de trabalho infantil.
Em relação ao perfil econômico das famílias com crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil, 49,83% têm rendimento mensal per capita menor do que meio salário mínimo, sendo consideradas família de baixa renda.
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